O Real Madrid derrotou o Barcelona por 3×1 e vai jogar a final da Copa do Rei contra o vencedor de Atlético de Madrid x Sevilha, que decidem a vaga nesta terça-feira (27-02-13). Mais uma vez o português Cristiano Ronaldo foi o destaque do time branco, marcando dois gols – dois dobletes seguidos no Camp Nou – um de pênalti, sofrido por ele, numa entrada de Piqué, pela direita da grande área.
O técnico José Mourinho armou um sistema defensivo especial para contar o tictaca dos culés e teve êxito. Deixou Pepe fora do time, não escalou Kaká, como era previsto, pelas boas atuações seguidas do brasileiro, mas contou com Di Maria em grande noite, bastante inspirado e participativo. E ganhou mais uma vez o maior clássico do futebol mundial. A arapuca armada para conter Messi deu resultado pela grande partida de Xabi Alonso, na proteção da área.
Com mais de 60% de posse de bola, característica principal do melhor time do mundo, o Barcelona não conseguiu penetrar na defesa branca, marcando seu gol aos 44 minutos do segundo tempo, quando a eliminação estava mais que definida. Todos os pontos positivos do Real devem ser destacados, pela importância do jogo e do adversário, porém deve ser reconhecido, também, que o Barcelona de hoje não é o mesmo. Pareceu abalado com a derrota para o Milan, pela Champions, e alguns jogadores demonstraram cansaço.
O Barcelona é um time montado, perigoso, cruel, matador, mas esteve diante de um Real Madrid soberbo taticamente, como poucas vezes foi visto nesta temporada 2012-2013. Foi ao Camp Nou com a desvantagem do 0x0 (empate em 1×1 no primeiro jogo em Madrid) mas absolutamente consciente que poderia obter a classificação. Mourinho manteve o garoto Varane, um gigante na defesa e autor do terceiro gol, com Sergio Ramos, completando a primeira linha com Arbeloa, na direita, e Coentrão na esquerda.
A segunda linha, que imprensava os atacantes do Barcelona, diminuindo seus espaços, tinha Xabi Alonso acompanhando Messi, Khedira, Özil e Di Maria, defendendo e puxando contra-ataques numa noite de rara inspiração. Cristiano Ronaldo voltava pela esquerda e Higuain segurava Puyol e Piqué atrás. Sem campo, o Barcelona tocava a bola mas não encontrava espaço para tabelas ou passes, a não ser no único gol que marcou, através do lateral Jordi Alba que fechou pela esquerda e tirou do goleiro Diego López, um belo gol.
Sábado os dois gigantes do futebol mundial voltam a se enfrentar, às 16 horas (meio-dia horário do Rio), no Santiago Bernabéu, pela 26ª rodada da Liga das Estrelas, já definida em favor do Barcelona, mas ainda com muita coisa em jogo, inclusive recordes de pontos e gols pelos culés e particularmente de Messi que pretende derrubar sua própria marca na artilharia.
O maior clássico do futebol mundial levou ao estádio Campo Nou 95 mil pagantes, às 21 horas de Madrid, numa terça-feira. Prova que o problema do futebol brasileiro não é somente os horários estabelecidos pela televisão, mas também a qualidade do espetáculo. Onze campeões do mundo pela Espanha estiveram em campo, junto a selecionados do Brasil, Portugal, Alemanha, França e Argentina, o que não é pouco. De quebra, os três melhores jogadores do mundo. Arbitragem excelente de Alberto Undiano Mallenco, do Comitê Navarro, nascido em Pamplona, muito criticado quando foi escalado. Soube definir os lances de área e teve o domínio da partida do principio ao fim.
REAL MADRID: Diego López, Arbeloa, Sergio Ramos, Varane e Coentrão; Xabi Alonso (Essien), Khedira e Özil (Pepe); Di Maria, Higuaín (Callejón) e Cristiano Ronaldo. Técnico: José Mourinho.
BARCELONA: Pinto, Daniel Alves, Piqué, Puyol e Jordi Alba; Busquets, Xavi (Thiago) e Fábregas (Villa); Pedro (Tello), Messi e Iniesta. Técnico: Jordi Roura
CARTÕES: Piqué, Puyol e Arbeloa
1º TEMPO: Real 1×0 – Cristiano Ronaldo (Pênalti), aos 13’
FINAL: 3×1 – Cristiano Ronaldo, aos 12’, Varane, aos 23’ e Jordi Alba, aos 44’.
