Aproveitei o Carnaval para dar um passeio a Araruama, cidade/balneário na Região dos Lagos, pedaço que frequento há mais de quarenta anos, desde os tempos dourados da adolescência, casebre alugado com amigos em Jeribá, a dez metros do mar, passando por Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, até me fixar na cidade que recebeu por muito tempo o Mago Paulo Coelho. Aliás, não o conheci ainda. Nem a pessoa, tampouco a obra. Questão de tempo, vontade não falta.
Tentei me desligar do futebol mas é impossível deixar passar Real Madrid x Manchester, no Bernabéu, pela Liga dos Campeões, o melhor torneio de futebol do mundo. Tudo perfeito, desde a distribuição das imagens, a organização do evento, show da torcida merengue em número superior a 85mil, finalizando com a excelente trans missão da ESPN. Nota 10. Um jogo de arrepiar, que deixou a decisão para o Old Trafford.
O título deste artigo é de Alfredo Relaño, do jornal AS, de Madrid, por quem tenho admiração. O diário, da capital , e outras publicações mundo afora destacam o gol de empate dos brancos feito por Cristiano Ronaldo, recrudescendo ainda mais a discussão sustentada pelos Merengues quando a comparação é feita entre CR7 e Lionel Messi, para muitos o maior jogador do mundo. Assustador não foi o cruzamento ou a cabeçada, mas a impulsão do português que alcançou a bola a 2,93 metros, doze centímetros menos que uma cesta de basquete.
O comentário fala dos poderes de Cristiano Ronaldo, que tem a velocidade dos mais rápidos pontas de antigamente, a impulsão e a cabeçada dos melhores atacantes do passado e ainda a potência nos disparos dos maiores artilheiros de todas as épocas. Se Cristiano era a base de esperança dos madridistas antes do jogo de ida, agora é muito mais antes da partida de volta. Devo lembrar – essa é uma questão no futebol mundial, a meu ver uma discussão inútil, depende de cada um – que Ronaldo não comemorou o gol, em respeito ao Manchester, que lhe deu projeção mundial.
Relaño, veterano jornalista, relembra alguns gols marcados por Santillana, principalmente um feito contra o Internazionale, de Milão, tanto pela importância do jogo como pela jogada completa, até o cruzamento. Alguns gols lembram Alfredo Di Stéfano, que recebia a bola em seu campo, conduzia em velocidade, trocava passes e marcava gols memoráveis. Nem a baixa de rendimento dos centroavantes Higuaín e Benzema diminuem a persistência de Ronaldo, que nunca baixa a produção, não arria os braços, não desanima. A Europa hoje fala dele e no Old Trafford todos o temem.
Com razão.