Criado pelo professor Pedro Gama Filho na década de 1900 (1991/1997), o projeto “Criança Futuro” atendia a toda região da Zona Oeste e mais, com espaço para Judô, Atletismo Basquete e Futebol, que tive a alegria de coordenar algum tempo, na Vila Olímpica de Jacarepaguá, hoje mais um condomínio. Atendemos aproximadamente a 1.200 atletas, em quatro categorias com o único objetivo: criar cidadãos. Hoje, aqueles meninos realizaram o primeiro encontro, na mesma região, e os cidadãos estavam lá, emocionados e emocionando a gente. Coisa linda, impossível avaliar o nível de emoção dentro de cada um. O legado estava ali, colhendo frutos. Poucas vezes vi um encontro nesse nível. Falta espaço, sim, para tirar as crianças das ruas. Mais que isso, não há interesse político para esse tipo de ação. Cada metro quadrado é disputado a tapa para ver quem descobre um Neymar para vender aos clubes europeus, sem a preocupação de formar o homem, depois o atleta. Exceção de alguns abnegados, que continuam tirando leite de pedra, sem nenhum apoio das autoridades que só liberam verbas para gente da elite, artistas consagrados ou ex-atletas que tenham influência dentro dos ministérios. O “Criança Futuro” foi mais que um sonho. Se não deu nenhum craque para a seleção brasileira ou Europa, mostrou que é possível criar uma geração saudável, que tem orgulho de dizer ao seu filho que viveu numa sociedade sem preconceito e arrogância. Nem tudo foi perdido.