Começa a Copa do Brasil, que já foi avaliada pela CBF como tendo peso do Campeonato Brasileiro, o que se pode contestar, mas não é o momento. Não é uma má ideia e suas mudanças podem provocar até alterações significativas mais adiante. Para tanto é preciso que os clubes se fortaleçam, façam um planejamento sério e não percam tempo em “buscar parceiros”, esperar um milagre para que as coisas aconteçam ou caiam do céu. Tem sido essa a política dos pequenos e grandes clubes brasileiros. O resultado está aí.
A Copa do Brasil, que já foi Taça Brasil, como se isso mudasse alguma coisa, pode servir como laboratório, desde que encarado com profissionalismo, repito. Por enquanto podemos cobrar apenas uma adaptação de calendários, campos vistoriados, clubes com estrutura para encarar uma competição nacional. Assim podemos pensar que estaremos diante da segunda maior competição do país, já que credencia para a Taça Libertadores da America. Uma boa mirada na tabela nos mostra dados interessantes.
São Paulo entra na primeira fase com dez representantes: Santos, Guarani, Ponte Preta, Portuguesa, Noroeste, São Caetano, Santo André, Barueri, Bragantino e São Bernardo. O Rio de Janeiro começa com Flamengo, Botafogo, Resende, Volta Redonda e Bangu. Minas com Cruzeiro, América, Tupi, Boa e Betim. Os gaúchos são Grêmio, Internacional, Caxias e Veranópolis. O Paraná começa com força máxima: Coritiba, Atlético, Paraná, Cianorte e Arapongas.
A Taça Brasil foi o pontapé de saída encontrado pela CBF para substituir o decadente Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. Durou apenas dez anos e teve como principal ganhador o Santos, de Pelé, e não poderia ter sido diferente. Entretanto, coube ao Bahia o privilégio de ser o primeiro campeão, surpreendendo e superando o proprio Santos, em 1959. Depois o time praiano enfileirou cinco títulos seguidos, de 1961 a 1965, mas perdeu a final de 66 para o Cruzeiro, de Tostão, no Pacaembu, um jogo histórico. Palmeiras, em 67, e Botafogo, em 68 fecharam a lista dos campeões.
A edição deste ano terá 80 clubes, entre eles os desconhecidos Oratório, do Amapá, Águia Negra e Naviraiense do Mato Grosso do Sul, Sportivo, da Paraíba, Betim, de Minas Gerais e o velho Noroeste, de Bauru, conhecido como “Norusca”, cidade onde Pelé deu seus primeiros chutes em bolas de meia até ser levado por Waldemar de Brito para o Santos. É uma idéia bem razoável, se for levada a sério e tiver mesmo o sentido de integração do país através de seu esporte mais popular.
O Centro Sportivo Paraibano, o “Tigre Alviceleste”, é o mais novo de todos os participantes desta Copa do Brasil. Foi fundado no dia 8 de abril de 1996 em João Pessoa. Tentou o primeiro acesso ao campeonato estadual da Segunda Divisão em 2003, mas não houve competição por falta de adversários. Fez nova tentativa em 2008 e não conseguiu. Somente em 2010 conquistou o acesso e foi campeão entrando, finalmente, para a Primeira Divisão.
Em 2012 ganhou a Copa Paraíba de Futebol, derrotando o Botafogo, também da capital, garantindo sua participação na Copa do Brasil, sua primeira competição nacional. O CSP faz um grande trabalho de formação de jogadores nas categorias de base, tendo conquistado o tricampeonato estadual Sub-15 em 2010, 2011 e 2012, este invicto, e campeão paraibano Sub-17 em 2010. Foi o primeiro representante do futebol paraibano na Copa São Paulo de Futebol Junior, a Copinha.