CONSTATAÇÃO, NADA MAIS

NEYMAR SALVA O FUTEBOL BRASILEIRO

 

Começo 2012 como terminei 2011. Trazendo para você, amigo leitor, que se está aqui é porque há alguma razão, o que penso. Procuro fazer o que sei, usando um argumento simples. Não tenho que prestar contas a ninguém. Respeito sua opinião e ponto. Concordando ou não com a minha, a sua merece respeito e assim vou levando. Sou fiel aos meus conceitos, sem abrir mão da ética, quando ela é necessária.

Revendo a escalação da seleção de jogadores sul-americanos, a grande notícia do fim de ano, uma coisa deixou bem claro o que chamo “nivelado por baixo”, quando analisei o campeonato brasileiro vencido pelo Corinthians. Não para desmerecer a conquista do time paulista. Longe disso, o Timão foi legítimo ganhador, pena que não recebeu a taça em campo. Mas isso é uma história para os próximos 12 meses.

O que está por baixo é o futebol brasileiro, pessimamente dirigido, tanto na CBF quanto nas Federações e clubes. A CBF é um poço de acusações de propinas, corrupção, roubalheira por todos os lados. Nem Blatter aguenta mais as bandalheiras atribuídas ao seu amigo Ricardo Teixeira, que terá um ano muito difícil para explicar tantas suspeitas.

Os clubes vão de mal a pior. O Flamengo assume compromisso para pagar 1 milhão e 600 mil reais por mês a Ronaldinho Gaucho e o jogador termina a temporada dizendo que não recebeu. Jogadores são comprados e vendidos em fatias, como boi no açougue. Uma perna de um empresário, o braço de outro, a cabeça pertence ao clube que, como empregador deveria ficar com o filé mas acaba ficando com o tutano.

Aí você lê e ouve que temos o “melhor campeonato do mundo”, dito por gente irresponsável, que não respeita uma nova geração  que está deixando as faculdades buscando seu espaço. Assim, esses meninos e meninas são formados, ouvindo mentiras, conchavos, gente sem escrúpulos, que venda a alma para garantir um bom patrocinador. Isso é uma vergonha, diria Boris Casoy.

Eis que surge a seleção – ia me esquecendo dela – dos melhores do ano nascidos na América do Sul. E lá está o moleque Neymar, com seu indefectível penteado e futebol de primeira qualidade, conquistando 130 votos quando a média foi de 25  por posição, exceção do atacante Eduardo Vargas, do Universidad do Chile, vendido ao Napoli, da Itália, que mereceu 70 citações.

Gostaria de perguntar aos “comentaristas” onde está o futebol mais fantástico da terra que, além de Neymar teve apenas o Paulo Henrique Ganso entre os melhores, com apenas 33 votos. Graças ao título da Taça Libertadores da América, conquistado pelo Santos, que, nem por isso escapou de uma goleada humilhante diante do Barcelona, o melhor time do mundo. Pelo menos há essa atenuante.

Quero saber até quando essa gente quer continuar enganando os leitores e ouvintes. E por que. Vem aí as competições estaduais, que alguns insistem em chamar de “regionais”. Pra que, pergunto. Se ao menos servisse de pré-temporada seria uma boa razão para continuar existindo. Não sou contra essa competição, desde que bem organizada, sem a necessidade de preencher grade de televisão. Mas isso são outros papos, que a gente vai levar durante todo o ano.

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