Durante
Hoje, estamos ameaçados de uma outra eliminação: perder o lugar, e o respeito, arduamente conquistado nas ultimas décadas por sair do quadro da fome da ONU. Ter redistribuído a renda e retirado o tapete vermelho com que recebíamos aquela nefasta delegação do FMI. Alcançamos tamanha confiança mundial que nos credenciamos a sediar os dois maiores eventos do esporte mundial: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. De repente, nas telinhas, invadindo as casas do país e do mundo no ultimo domingo, congressistas entraram no lugar dos gols do Fantástico, onde você reinou por décadas, e começaram a marcar seguidos gols contra o país.
Em nenhum momento daquele jogo justificaram sua presença em campo. No lugar de lutar pelo mérito da partida, que era atuar na defesa ou ataque sobre o Impeachment da sua presidente, jogavam acenos para as arquibancadas. Se posicionavam junto às lentes para mandar um beijo para a família, mesmo antes de assinalar qualquer tento. Pelo contrário, agrediram as regras do Fair Play ao estender faixas no peito em favor de torturadores. E aceitar atuar debaixo do apito de um juiz sem moral. Envolvido até o pescoço em corrupção.
Nesta ressaca cívica que estamos esta semana, até meus amigos coxinhas ficaram constrangidos. O país que eles querem sem corrupção, que é o mesmo sonhado por nós, os petralhas, não merece que a Taça da Democracia, arduamente conquista pelo movimento da Anistia, das Diretas Já, que trouxe o nosso direito ao voto, a liberdade de expressão de volta, seja tão aviltada.
Hoje, vi fotos dos jogadores do Senado que voltarão a campo daqui a vinte dias para a partida de volta. Convocados por Renan, Collor e Caiado outra vez lhe deixaram de fora. E poucos ali representam tão bem o povo brasileiro, dentro e fora de campo, em suas expressões máximas como a política e o futebol, como você. Então, tomo a liberdade de pedir que desembarque naquela comissão, convoque a imprensa, se posicione contra os que debocharam da constituição. Exaltaram a ditadura, afrontaram nosso estado de Direito. O Brasil pede, unido, outra vez, os gols do Romário. Desta vez, em forma de voto. Você só não pode é ficar de fora. Seu carisma e origem, sua personalidade, só eles serão capazes de trazer o povo às ruas. O respeito de volta.