Com esse espírito, saquei uma camisa da coleção e liguei a TV para assistir um jogo da CBF, o que não fazia desde a copa do mundo. Uma separação após o mundial de 1986, no México, quando atuei pela TV Manchete, e cobri o time de Tele Santana desde a sua convocação – do técnico – até o retorno depois da eliminação nos pênaltis, para a França, no mesmo voo de volta. Uma experiência fantástica, profissionalmente e decepcionante, na mesma proporção, pelo resultado de campo. É verdade que o time não contou com Zico, muito machucado no joelho, jogado às feras. Ninguém teve peito de assumir o problema e o Galo teve que bancar porque nunca fugiu da briga. O tempo passou e o Brasil, finalmente, vai ser passado a limpo. Eu vou junto. Foi bom ouvir a torcida cantando o hino, nacionalismo sempre presente com a seleção em campo, o que não ocorre – por que será ? – com as torcidas organizadas. Naquele momento, confesso, no passeio da câmera não reconheci três jogadores. Uma vergonha, disse baixinho no isolamento do meu quarto, como gosto de ver futebol. Um árbitro fraco, frouxo, que quase complica o “amistoso”, o que nunca será um Brasil x Uruguai, convenhamos. Mr. Pawson, com certeza, não era o mais indicado para esse jogo. Os caras novas aparecem do nada, jogando pela Europa, Ásia, África, se destacam e são chamados. Foi assim com Hulk, Firmino e outros. Fiquei aliviado, não deve ter acontecido só comigo. Vale lembrar que nenhum deles joga no Brasil. Conheço bem Miranda, Filipe Luis, Danilo, de trágica passagem pelo Real Madrid, e Neymar, claro, por acompanhar o campeonato espanhol há 10 anos. Ganhamos porque temos jogadores diferenciados, física e tecnicamente, só por isso. É um time em formação, um novo ciclo, comissão técnica competente, e a camisa amarela ainda pesa, apesar de tudo. O que mais gosto é a força física de nossos jogadores, condicionamento sempre em alta porque temos os melhores preparadores físicos do mundo. Não perde por essa qualidade física, jamais. O resto, dá no Neymar que ele tenta resolver. Carimba todas as inciativas de ataque, o que deveria ser mudado, dividir essa função, mas ainda falta esse parceiro. Ah, um Zico jogando hoje, com ele. Enfim, uma boa vitória, contra um time guerreiro como sempre, pegador e catimbeiro. Mas depende exclusivamente do talento de Cavani e Suárez. Godin faz falta, como craque e líder da celeste. Campaña, que joga no Independiente, fez uma boa partida, nem lembrei do Muslera, excelente goleiro e eterno titular do bicampeão mundial.