Bayern
Depois dos 4×0 impostos pelo Bayern sobre o Barcelona, vitória até contestada por três erros cometidos pela arbitragem, desta vez não houve discussão sobre a goleada do Borussia Dortmund sobre o Real Madrid por 4×1, em noite da gala do atacante polonês Lewandowski, autor de todos os gols do time alemão, estabelecendo um recorde na Champions, nas semifinais.
Aos 8 minutos o goleador da noite fez 1×0, um prenúncio de muitos gols. O Real Madrid chegou a equilibrar a partida, trocando passes e esfriando o Borussia, que jogava com muito entusiasmo, velocidade e paciência, reconhecendo e sabendo do seu potencial para retomar o domínio da partida. Mas o Real tem Cristiano Ronaldo, que marcou seu 12º gol em 11 partidas, ao receber passe de Higuaín, depois de retomar uma bola perdida pela zaga alemã.
Foi o único momento do jogo em que o Borussia foi dominado. Mourinho pediu calma e o time se acertou e manteve o empate até o fim do primeiro tempo. Resultado excelente para quem faz um gol fora. Mas o Real Madrid tem o péssimo hábito de se acomodar no início dos dois tempos. Os alemães sentiram isso e foram para dentro do time de Mourinho e aos 10 minutos Lewandowski havia marcado dois gols, liquidando a partida.
Se os alemães buscavam a goleada para definir passagem para a final contra o rival de Munique e aceleravam o jogo, os de Mourinho mostravam-se apáticos, como se não estivessem jogando sua sorte em busca da décima “orelhuda”, como é conhecida a taça que o campeão recebe ao final da Champions. Diego López foi batido em quatro gols, porém sem culpa em nenhum deles. Outros jogadores ficaram devendo ao torcedor, e muito.
O Real perdeu o jogo no meio de campo, uma coisa que ficou bem clara durante a partida o técnico Klopp montou um esquema para neutralizar as jogadas de Xabi Alonso, que inicia todas as ações ofensivas dos merengues. Götze não deixou o volante jogar. Khedira esteve perdido, mesmo jogando em casa, e ficou a dar chutões em todas as bolas divididas. Özil, que tem boa técnica, viu o jogo dentro de campo. É incapaz de levantar um time em desvantagem. Aparece muito nas vitórias, mas quando o grupo precisa dele some e nada faz. Perdido na direita, sobrecarregava Modric e não servia os atacantes. Callejón teria feito melhor, pelo menos não se esconde, busca o jogo.
Pepe atabalhoado e sem controle emocional, duas de suas características, sobrecarregavam o jovem Varane, esse sim, digno de vestir a camisa do Real, por todos os motivos que se buscar. Coentrão foi o melhor da zaga, Modric correu, buscou espaços mas, claro, cansou. É um grande jogador. Higuain esteve bem no lance do gol e salvou outro. Mais nada. Cristiano, bom, esse é um monstro, mesmo jogando menos e sendo goleado. Não se entrega nunca. Vale o preço que foi pago por ele.
Incontestável a vitória do Borussia, que vai a Madrid com uma estupenda vantagem. O nome do jogo, da noite, que acaba de escrever seu nome na história da Liga dos Campeões, Lewandowski, óbvio. Impecável matador, frio, certeiro, inspirado. Pode ter eliminado o Real Madrid numa noite e marcado definitivamente seu nome na história do time de Dortmundo, que ainda deve estar a festejar a essa hora. Merecidamente.