Eu
Junta daqui, cata dali, vou explicar por que dei essa volta toda à minha infância. Fiz uma poupança, se não estou enganado em 1962, e comprei um título do Flamengo, vendido pela Santa Paula Melhoramentos. Era um título de sócio não sei o que. Minha primeira aplicação foi essa. Dito isso, só para refrescar, fui sócio até 1989, quando pedi para não pagar mais a taxa de manutenção já que ia passar – pelo menos estava no contrato – dois anos na Arábia Saudita, trabalhando no Whida, de Meca, como preparador do time que era treinado por Jairzinho.
Contando, claro os oito anos que “cobri” o Flamengo para as rádios Tupi e Globo, nos anos 1980, da maior geração já formada na história do clube, viajando e freqüentando a Gávea sete dias da semana, 365 dias do ano, devo conhecer alguma coisa do mais popular clube desse país. Somando a isso, que tal passar um ano na assessoria do time, viajando, passando mais tempo no emprego que em casa, vendo tudo que é possível e impossível ? Dá para conhecer alguma coisa, não ?
Então, não encham o meu saco – desculpe amigo blogueiro – esses caras que não tem o que fazer e ficam mandando e-mails se achando donos do clube, defensores dos anarquistas de plantão que andam – há muitos anos – tentando vender o clube para qualquer brechó que aparecer. Li e me revoltei a ponto de pensar em escrever esse artigo, que o Flamengo estava sendo comparado ao que chamam de programa o tal BBB, de uma inutilidade de assombrar o Zé do Caixão nos áureos tempos. Pensei: é o apocalipse.
Na mesma semana surge a notícia do envolvimento do Ronaldinho Gaucho com uma mulher – menos mal – na concentração do time. O que foi feito, naquele momento ? Nada, absolutamente nada. Abafaram, como fazem com dezenas de outros casos, menores ou maiores que esse, mas a imprensa, que não sabe 10% do que se passa nos bastidores de um time de futebol, não noticiou. Não sabe porque não sabe mesmo, não é uma crítica ao pessoal que cobre o clube, que fique claro. É que eles abafam mesmo.
Isso com um técnico/manager, supervisor, diretor de não sei o que, gerente disso e daquilo, administrador e uma dezena de aspones que ficam mamando nas tetas do clube. O que deveriam ter feito ? Uma reunião com a comissão técnica, jogadores, chamar o funcionário Sergio Helt, que trata das passagens e mandar Ronaldinho Gaucho de volta, no primeiro avião. É assim que as coisas deveriam funcionar e funcionam em qualquer empresa séria. O que não é o caso do Flamengo.
Lamento dizer, amigo rubro-negro. O fim está próximo. Não sei de que, mas está. Só vai sobrar a torcida porque essa elas não conseguem vender. Do jeito que as coisas andam, sem falar no ridículo desfecho do caso Thiago Neves, na humilhação que o clube está passando – quase esmolando – para trazer Vagner Love é de fazer chorar. Dinheiro não é problema, há sempre uma solução. Basta recorrer ao BBB que cobre qualquer rombo na conta bancária do clube mais popular do país. E com edredon.
Iata, acompanho você há mais de 30 anos quando você começou a ser chamado na Rádio Globo de “Amigo do Rei”. Concordo que o Fla é uma bagunça mas o Brasil não é a Espanha, a América do Sul tampouco é a Europa. Já imaginou o Real Madrid subindo os Alpes em 17 carros particulares para fazer um jogo a 4.200 m de altitude? Seria normal como está sendo agora com o Flamengo? Tudo no Mais Querido tem uma repercussão mill vezes maior. Ou será que o Romário virou padre quando jogou no Flu e no Vasco? Só lembram da briga do Luxemburgo com ele em 95. O que a maioria dos torcedores do Arco-Íris quer (e a Imprensa ajuda muito) é o Flamengo sem Luxemburgo(com Renato Gaúcho de preferência ) e sem Ronaldinho, com Deivid, Diogo, Borja, Itamar, Wanderley e outrros menos votados. Vamos superar tudo, passar pelo time da montanha e fazer bonito na Libertadores, apesar da campanha sórdida de alguns setores, principalmente a “Bancada Vascaína” de determinadas rádios. Um abraço, Fernando Roberto de Petrópolis.