Os torcedores do Barcelona são os mais satisfeitos com os árbitros espanhóis, segundo pesquisa publicada pelo jornal AS, de Madrid, realizada nos vinte estádios usados no campeonato da primeira divisão, após a Supercopa da Espanha, vencida pelo Real Madrid. Os barcelonistas deram nota de 5,98, em avaliação até 10. A pesquisa indica, ainda, que os merengues valorizam menos os árbitros, avaliando seu trabalho com nota 2,6.
Numa avaliação global os torcedores desaprovam a qualidade das arbitragens, com nota 4,6. Somente os seguidores de Barcelona, Granada, Sevilha, Zaragoza, Osasuna, Villarreal, Sporting e Betis (8 de 20) aprovam o desempenho dos árbitros. Na outra ponta, torcedores do Real Madrid, Rayo Vallecano, Atlético de Madrid e Mallorca (coincidentemente os três primeiros da capital) estão descontentes com as arbitragens.
Entretanto, 41% dos entrevistados consideram “ruim” a arbitragem nacional espanhola, enquanto 21% acham “boa” ou “muito boa”. O restante dos pesquisados (36%) estão indecisos e entendem que o trabalho dos árbitros não é “nem ruim nem bom”.
Mostrados os números, os pesquisadores analisaram as tendencias de cada torcida, quando são encontrados dados que se explicam facilmente e outros que merecem uma análise mais aprofundada da psique dos torcedores. É necessário mergulhar mais fundo para entender as opiniões de barcelonistas e madridistas. Os primeiros não reclamam porque não tem motivos ou razão para criticar as arbitragens. O time não deixa, vai a campo e resolve os problemas com o melhor time do momento em todo o planeta. Além disso, ganhou os três últimos campeonatos da Espanha contra o grande rival de Madrid. Não há o que contestar.
Para os madridistas a situação se inverte. Com a perda de hegemonia para o Barcelona não encontra fundamentos que possam reforçar suas queixas contra as arbitragens, embora elas existam, em menos escala que as expostas pelo técnico José Mourinho e seus seguidores, inclusive as torcidas. As reclamações se extendem à Federação.
Desde que o Barcelona abandonou a Copa no ano 2000 sem ser punido, as suspeitas sobre benefícios aos culés foi reforçada com a impunidade após os incidentes no Camp Nou, em 2002, quando a Federação modificou um artigo do regulamento para substituir o fechamento do estádio por sanções pecuniárias.
Há outros exemplos que reforçam as críticas dos merengues, como a viagem do Barcelona a Pamplona, no mesmo dia do jogo, e apresentação com 45 minutos de atraso ao estádio para o jogo contra o Osasuna, quando o regulamento permite atraso de 30 minutos, no máximo. A viagem foi realizada em estradas por conta da greve dos operadores de voo na Espanha.
O maior exemplo de benefício ao Barcelona é resumido pelos adversários com o gol de mão que Messi marcou contra o Espanyol em 2007. O árbitro Rodríguez Santiago foi “premiado” no dia seguinte com a escalação para a final da Copa. Para essas pessoas fica mais fácil errar a favor do Barcelona que para o Real Madrid. As queixas dos madridistas são fundamentadas nesses argumentos mas para alguns observadores deve ser levado em conta a rivalidade entre os dois gigantes do futebol espanhol.
Nas demais cidades as opiniões são variáveis. Entre as oito maiores torcidas as que apoiam os árbitros estão as de Granada e Betis, recém promovidos à primeira divisão da Liga Espanhola. Entre os torcedores do Rayo Vallecano, também promovido para a temporada 2011-2012, há queixas contras as arbitragens e a preocupação de voltar à segunda divisão. Concidentemente o Rayo é de Vallecas, que fica na grande Madrid.