O ex-presidente do Vasco vem, nos últimos dias, se aproveitando de canais abertos por antigos conhecimentos na mídia, para fazer, como de hábito, abordagens desvirtuadas sobre as razões da ruptura, com o Presidente Roberto Dinamite, de quatro Vice Presidentes do Vasco, ocorrida no ano passado.
Na verdade, a renúncia dos quatro Vice Presidentes ocorreu por uma razão simples e inquestionável: O Presidente Dinamite abandonou o projeto que serviu de base para sua eleição em 2008, que tinha como princípios fundamentais a transparência, o incansável combate às terríveis práticas do antecessor e o trabalho para a reconstrução do Clube. Ao romper com esse projeto, o Presidente Dinamite não deixou escolha: Traía-se o Vasco ou rompia-se com o Presidente. A escolha foi óbvia, pois seria impensável trair o Vasco e os vascaínos!!!
O que o ex-presidente não entende é que não somos eleitos para, em seguida, nos beneficiarmos, nos locupletarmos. O Vasco não pode se transformar em permanente catapulta eleitoral e meio de vida para aqueles que são eleitos, para tão somente administrá-lo.
Por sua história, suas tradições e sua origem, o Vasco constitui-se em um extraordinário patrimônio público, pelo qual todos devem lutar para coloca-lo no topo do cenário desportivo e na vanguarda das ações de responsabilidade social no esporte.
Não é à toa que essa pessoa vem buscando uma aproximação com o atual Presidente do Vasco. Não é à toa que vem abandonando críticas à atual administração do nosso clube e colocando a culpa da crise em jogadores e comissão técnica. Não é à toa que vem se sentindo cada vez mais à vontade para opinar sobre questões do Vasco, como a questão da Vice Presidência de Futebol, acumulada pelo atual Presidente. Não é à toa que ataca os antigos Vice Presidentes; porque sabe que a ruptura com a atual administração deu-se porque era inadmissível ver o projeto legítimo, para o qual haviam sido eleitos, ser desprezado e rasgado perante os olhos de todos!!!
Diante dos riscos de ver sua pretensa candidatura ruir depois da denúncia do “Mensalão Eleitoral” (compra de votos) em que estaria metido, segundo já divulgado na imprensa, busca agora desviar a discussão e encontrar aliados onde vê mais fragilidade – nesse caso, na atual administração, incluindo o Presidente Dinamite e antigos parceiros, próximos do atual Presidente.
O ex-presidente, responsável pelo caos instalado no Clube sob sua gestão, com seus desmandos e acordos espúrios, altamente danosos ao Clube, sabe que o Estatuto do Vasco garante ao Presidente poder quase absoluto. Por isso, é pura demagogia, de quem quer criar factoides, apregoar que os Vices deveriam “ter ficado e ajudado o Roberto”. Essa pessoa sabe (e muito bem) que qualquer ajuda ao Presidente Dinamite se daria no marco do programa para o qual fomos eleitos. Ao romper com os objetivos para os quais havia sido eleito, o Presidente Roberto abandonou a possibilidade de corrigir os efeitos da tragédia herdada da gestão do ex e anulou todos os avanços conseguidos no período do primeiro mandato.
As perdas vão se sucedendo, dentre tantas, destaque-se o Rugby que seria disputado em São Januário nas Olimpíadas de 2016 e que apresentaria o Vasco a muitos milhões de espectadores em todo o mundo. Desprezou-se o trabalho de formação de novos talentos no futebol, não tendo ocorrido a devida censura ao “loteamento”, que frequentemente acontece em alguns dos principais clubes do futebol no Brasil. Da mesma maneira não foi implantado um programa de sócios que revitalizasse o quadro social do Vasco, afastando definitivamente os aventureiros de plantão. Quanto à política e às ações no campo de responsabilidade socioambiental, tudo foi relegado ao abandono.
Portanto, a culpa pela atual crise não está na comissão técnica, nos jogadores ou na renúncia dos antigos Vices. A culpa pela crise instalada no Vasco está na herança maldita deixada pela trágica administração do ex-Presidente e no abandono do programa de reconstrução para o qual o atual Presidente foi eleito.
O que o Vasco da Gama precisa, neste momento, é resgatar os objetivos que levaram o antigo ídolo nos campos à presidência do Clube. A ajuda que o Vasco da Gama necessita é o apoio incondicional ao Ricardo Gomes, ao Dorival Junior, aos jogadores e aos demais profissionais do clube para que com trabalho e vontade façam o Vasco sair dessa situação, honrando suas tradições e atendendo o desejo de seus milhões de torcedores. Esses profissionais são homens de bem e merecem todo respeito.
Um conselho ao Presidente Dinamite: Afaste-se dessa pessoa!!! Ela representa o atraso e aquilo que combatemos para vencer as eleições de 2008. Não caia nessa armadilha e não permita que se instale no Vasco da Gama mais um golpe às tradições mais valiosas. Valorize os profissionais que estão no clube, dê-lhes apoio e condições de trabalho.
Por fim, conclamamos todos os vascaínos, organizados em grupos, independentes, sócios e não sócios, a cerrarem fileiras e apoiarem jogadores e comissão técnica para que, juntos, livremos o Vasco da Gama dos fantasmas que nos assolam dentro e fora de campo.
AO VASCO TUDO, ÀS VELHAS PRÁTICAS NADA!!!
Frederico Lopes
José H. Mandarino
José Pinto Monteiro
Nelson Rocha
