Nunca um jogador foi tão bem chamado para a seleção brasileira como o meia-atacante Kaká, hoje um dos destaques do Real Madrid, vice-lider do campeonato espanhol, um ponto atrás do surpreendente Levante, um à frente do Barcelona. Kaká está no melhor de sua forma física e atlética, já que tecnicamente sempre foi um dos mais importantes jogadores do futebol mundial.
Ao lado de Marcelo, considerado por grande parte da imprensa espanhola o maior lateral esquerdo do mundo – sem exagero, concordo plenamente – Kaká vem se destacando no time dirigido por José Mourinho, que vem fazendo revezamento no meio-campo com o alemão Özil, também em grande forma. Como o técnico português trabalha com um grupo, sem considerar titulares e reservas, o time branco vem subindo de produção a cada jogo.
Se para alguns (muitos) observadores a chamada de Kaká foi considerada surpresa, para quem vê os jogos do campeonato espanhol foi uma convocação mais que acertada e justa. Kaká volta a vestir a camisa da seleção brasileira, onde jogou pela última vez no dia 2 de julho de 2010, quando o time dirigido por Dunga perdeu para a Holanda e foi eliminado da copa realizada na África do Sul.
Recuperado de uma cirurgia no joelho, mas com problemas de readaptação, Kaká foi lançado por Mourinho na primeira das 22 partidas realizadas até agora (28-10-11) pelo Real Madrid, no amistoso que abriu a temporada, na vitória de 4×1 sobre o Los Angeles Galaxy, de Beckham, nos Estados Unidos. Foi eleito melhor em campo e saiu substituído por Özil, no segundo tempo.
Mais seis amistosos foram realizados durante a pré-temporada. Contra o Chivas Guadalajara (2×0) deu lugar a Callejon e foi a “sombra” do Kaká. Philadelphia Union (2×1) entrou no lugar de Özil e foi muito mal. Hertha Berlin (3×0) substituiu a Callejon e nada fez, enquanto Özil “voou” em campo. Vitória sobre o Leicester (2×1) deu lugar a Xabi Alonso, no intervalo e jogou mal. Guanzhou (7×1) entrou no lugar de Callejón e saiu aplaudido de campo. Contra o Tianjin fez o primeiro gol do ano, de penalty, aos 18 minutos e deu lugar a Özil.
A temporada oficial começou com a Supercopa da Espanha e Kaká ficou fora do primeiro jogo, contra o Barcelona, por desgaste físico. Real Madrid e Barcelona empataram em 2×2, no Santiago Bernabéu. O segundo jogo, no Camp Nou, substituiu a Özil faltando 9 minutos, bateu um corner, em seguida, para o gol de Benzema, mas Messi fez o gol do título, aos 2 minutos dos descontos.
Contra o Galatasay, pelo Troféu Santiago Bernabéu (2×1), em Madrid, substituiu o alemão Özil, no segundo tempo e manteve o ritmo do time, que continuava indefinido pelo técnico José Mourinho, que insistia em formar um quadrado no meio-campo, com Khedira e Xabi Alonso revezando-se como primeiro e segundo volante, com a contusão de Callejón, fixando Kaká e o recuo de Di Maria ou Cristiano Ronaldo pelas pontas.
A estreia na Liga Espanhola contra o Zaragoza (6×0), Mourinho começou com Xabi Alonso, Coentrão e Özil, que foi substituído por Kaká que marcou um dos gols da goleada. Di Maria e Cristiano Ronaldo faziam o revezamento pelos lados do campo e Higuaín, que também voltava de cirurgia, dividia com Benzema a titularidade como centro-avante. Kaká fez o gol mais bonito da goleada e comandou o time, como nos bons tempos de São Paulo e Milan.
No vitória de 2×0 sobre o Getafe entrou no lugar de Di Maria e participou do gol de Higuain, na rebatida de um chute seu que o goleiro não segurou. Entrou aos 15 minutos do segundo tempo. Contra o Dínamo, em Zagreb (1×0), estréia na Liga dos Campeões, não jogou. Mourinho continua indeciso com relação ao quadrado que queria montar no meio-campo.
Na primeira derrota (0x2) na Liga Espanhola, contra o Levante, fez uma grande partida mas o time não se encontrou com as redes adversárias. A imprensa deu destaque à sua participação mas o personagem do jogo foi o árbitro Tirenzo Alvarez. Kaká foi substituído por Higuaín, aos 14 minutos do segundo e saiu sob aplausos. Foi uma das melhores apresentações na temporada.
Mais uma apresentação abaixo da crítica no empate (0x0) contra o Racing, em casa, trouxe de volta as críticas pela indefinição do time, no setor de meio-campo. Kaká entrou no lugar de Lass Diarra e não alterou nada. Contra o Rayo Vallecano a reabilitação com nova goleada (6×2 e outra apresentação maravilhosa do brasileiro, que substituiu a Khedira. Sofreu o penalty que foi marcado por Cristiano Ronaldo e voltou a brilhar. Faltava dar consistência às boas apresentações.
“Kaká ressuscitado” escreveu o jornal AS em sua principal manchete. Mesmo com a expulsão de Di Maria, aos 10 minutos do segundo tempo, o Real fez 3×0 no Ajax, pela Liga dos Campeões e outra participação importante do brasileiro. Fez o segundo gol, aos 40 minutos do segundo tempo e jogou solto, à vontade. Foi sua melhor partida da temporada, assim definida por um comentarista espanhol: “Kaká recuperou velhas sensações”. Ele estava de volta.
Contra o Espanyol, em Barcelona, outra grande partida. Leve, solto, confiante, fez de tudo um pouco, corria em todas as direções. Não havia mais dúvidas, Kaká estava recuperado totalmente. Voltava a jogar o que fez o Real Madrid investir mais de 60 milhões de euros em sua contratação, encher o Bernabéu para sua apresentação, apostar nele. José Mourinho, finalmente, encontrou o seu lugar: titular.
Contra o Betis (4×1) foi substituído por Di Maria, aos 14 minutos do segundo tempo, depois de mais uma exibição quase perfeita. Mais uma vez Mourinho provou sua competência, impondo um novo estilo de jogo ao Real Madrid. Um contra-ataque mortal passou a ser a principal arma do time, que chega à área adversária com até cinco jogadores, como nessa partida. Fez um gol de falta, ao estilo Kaká. “Uma rosca exquisita (elegante)”, disse um comentarista.
Contra o Málaga (4×0) Kaká foi substituído por Özil, de quem parece ter conquistado o lugar e teve pouca participação. Ficou por conta do rodízio, sua saída, já que parece ter encaixado todo o seu talento na nova forma de jogar dos brancos.
Sua última apresentação, contra o Villarreal (3×0), jogou todo o tempo, pela primeira vez na temporada, e deixou o Santiago Bernabéu aplaudido pela torcida merengue que, finalmente, está vendo o verdadeiro Kaká. Para coroar esse reencontro, um lindo gol de perna esquerda tabelando com Benzema, aos 11 minutos do primeiro tempo. Não restava mais nada a Mano Menezes a não ser sua convocação. Kaká, o brilhante, está de volta, para alegria dos torcedores do Real Madrid, da seleção brasileira e do mundo.
A atuação do brasileiro foi destacada pelo jornal AS dessa forma: “Kaká completó anoche un partido excelso, porque no sólo hizo lo que sabe, mucho, sino que derrochó lo que no suele: esfuerzo. El brasileño corrió como un debutante, de principio a fin. Tanto puso sobre el césped que su gol, un pellizco de talento, no fue lo más importante”.
El Real Madrid siempre gana cuando marca Kaká
Foto: site oficial Real Madrid
Tras el triunfo en la última jornada de Liga ante el Villarreal, el Real Madrid acumula siete triunfos consecutivos en los últimos encuentros. El equipo está jugando a un nivel muy alto, desplegando un fútbol de gran calidad y, dentro de una plantilla de lujo, Kaká está siendo uno de los jugadores más destacados. Ante el conjunto castellonense marcó el segundo gol de los madridistas, su cuarto de la temporada, y con este tanto el brasileño consiguió mantener una racha que firmaría cualquier futbolista: siempre que marca el Real Madrid gana el partido.