Dia
Em 4 de setembro de 1960 o Real Madrid derrotou o campeão uruguaio, no antigo estádio, com uma goleada histórica na partida de volta. Os 5 x 1 mostram bem a superioridade espanhola. O time era o melhor do mundo e havia conquistado a quinta Liga dos Campeões seguida. Motivado pelo 0x0 do primeiro jogo, o Peñarol pensou que pudesse levantar a taça na casa do adversário. Era uma missão quase impossível.
Dois gols de Puskas, completando Di Stéfano, Herrera e Gento, acabaram com o sonho dos sul-americanos. Não se pode brincar com a história e isso ficou provado mais uma vez. Ali estavam novamente os protagonistas de um jogo inesquecível. Um duelo histórico que marcou a vida do clube mais poderoso do planeta. Uma partida carregada de simbolismo para ambos os clubes.
Uma linda noite em Madrid. O cenário era perfeito para a festa inesquecível. É assim o Real Madrid. Poderoso dentro de campo, inigualável fora dele. Um clube com identidade própria, único no mundo. Ser “madridista”, “merengue” ou “blanco” significa torcer para o que há de melhor no planeta. Seus aficionados torcem pelo clube, independente dos resultados em campo.
O Estádio Santiago Bernabéu impressiona pela beleza arquitetônica. Ocupa um quarteirão do bairro Chamartin e ninguém pode imaginar, de fora, o que lhe reserva quando tem acesso aos seus lugares, todos marcados. Uma torcida orgulhosa festeja seus ídolos, vaia quem estiver mal, mas tem uma característica própria. Sabe escolher quem representa bem a camisa do clube. Ela é Madrid acima do tudo. Ama o clube, independente do time. Ganhar é preciso, mas a riquíssima historia de suas glorias está acima de tudo.
Predominantemente adulta e misturada com milhares de turistas, torcem como os nossos, sem os exageros que estamos acostumados a ver no futebol brasileiro. Há uma diferença fundamental de comportamento. Aquele estádio é dele, sabe da sua importância para o clube, seus torcedores e seu futuro. Ficamos no Setor Sul, atrás do gol de Casillas, no primeiro tempo.
No segundo, vimos de perto os gols de Di Maria, um dos cinco novos apresentados antes do jogo, e Van der Vaart, de pênalti.
Entre as muitas “cantigas” dos torcedores, duas me chamaram a atenção. Falava de dois ex-jogadores, dispensados na temporada passada. O ex-capitão Raúl e Guti, “El 14”, lembrados a todo momento. Assim é o torcedor madridista, merengue, ou simplesmente “blanco”. Exigente, como todos no mundo. Orgulhoso como poucos, ou nenhum.
Iata, mais uma vez parabéns pela matéria. Talvez, daqui há alguns anos, o futebol brasileiro consiga se igualar a este espetáculo que você teve a honra de presenciar. Um estádio magnífico e uma torcida exemplar. Abraços. Rose Vieira