A IMPRENSA NÃO FEZ O SEU PAPEL

Escrevo antes do jogo Flamengo x Atlético Mineiro. Na verdade, não me interessa o resultado dessa partida ou que rumos tomarão os clubes depois dos 90 minutos. Precisamos – nós que gostamos de futebol – fiscalizar os (i)rresponsáveis pelo clima criado em torno do evento que, em qualquer situação, levaria bom público ao Engenhão, como deveria ser chamado oficialmente o estádio cedido ao Botafogo.

Grande parte da imprensa focalizou o jogo como uma caça a Ronaldinho Gaucho, que deixou o Flamengo no início do campeonato e estruturou o Atlético a ponto de deixá-lo na liderança, em algumas rodadas, dividindo com o Fluminense, hoje, a possibilidade de conquistar o título. Ninguém pode negar seu favoritismo, como aos tricolores do Rio.

A torcida do Flamengo está ligada no jogo, como sempre fez. Não por acaso esteve presente nas 10 maiores rendas do Maracanã, desde 1950, quando foi inaugurado o maior estádio de futebol do mundo. Recentemente foi apontada por uma pesquisa internacional como a maior do planeta, o que não é pouco. Ela quer time, só isso.

Nada motiva mais um rubro-negro que as cores do seu clube. Basta lembrar jogadores que ficaram famosos, viraram ídolos, sem vestir a camisa da seleção brasileira, quando ainda era do povo, não pertencia à CBF nem precisava de favores da televisão. No tempo em que jogar pela seleção era status, tinha um sentido, o cara era bom de bola.

Essa coisa nojenta que se viu, leu e ouviu sobre esse jogo provoca náuseas, fere, machuca os sentidos e agride o bom senso. Há que se dar um basta nesse tipo de jornalismo vil, irresponsável, corrosivo. Não é essa a finalidade de quem tem a força de fazer ou modificar a opinião pública.

Cabe à torcida do Flamengo dar a resposta no estádio, aproveitando a motivação da boa vitória de domingo contra o Atlético Paranaense, a excelente estréia de Cleber Santana e ganhar do Atlético Mineiro, com ou sem gol de Vagner Love, o ídolo substituto de Ronaldinho como ídolo. O resto é bobagem, apelação de quem não se garante.

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