Não basta ser grande, ter história centenária, tradição, títulos e torcedores apaixonados. O futebol não vive de passado, há que se construir um pouco de cada coisa a todo momento. O Real Madrid vive possivelmente a maior crise técnica de sua história, hoje em sexto lugar na Liga. Mesmo defendendo o título de tricampeão da Champions e bi mundial a saída de Zinedine Zidane e Cristiano Ronaldo abriu um espaço enorme em campo, mexeu com os torcedores em todos os cantos do planeta. Mas não abalou a estrutura do clube que tem no “madridismo” sua seita, no sentido filosófico. Uma derrota fere, mas não machuca um merengue, acostumado a vencer. Após a temporada passada, o clube defendia os títulos da Liga Espanhola, Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa, Liga dos Campeões e Mundial, deixando de ganhar apenas a Copa do Rei. Além de ter escolhido o Melhor Jogador do Mundo, Cristiano Ronaldo, e o Melhor Técnico, Zinedine Zidane. Faltou dizer que teve cinco jogadores na seleção da temporada. Sergio Ramos, Marcelo, Kroos, Modric e Cristiano Ronaldo. Apenas isso. Faltando uma rodada o time derrotou o Roma, no Estádio Olímpico, por 2×0 e garantiu a classificação para as oitavas de final da Champions, em busca do segundo tetracampeonato e a Décima Quarta orelhuda. Nesse jogo, homenagem dos italianos e Francesco Totti, que entrou para o Hall da Fama do Roma. Ao seu lado, Paulo Roberto Falcão, eterno “Rei de Roma”, Conti e outras lendas romanas. Engano pensar que o Real Madrid ficou fora da homenagem. Lá estavam, no gramado, Emiolio Butragueño, Diretor de Relações Internacionais, Roberto Carlos, maior lateral esquerdo da história e Raúl González Blanco, futuro treinador, xodó da torcida, que entregaram a Totti a camisa branca que faz a diferença.
José Roberto Padilha é jornalista, ex-atleta do Fluminense, Flamengo, Santa Cruz e Americano, entre outros.