A DECADENCIA DO FUTEBOL CARIOCA

A primeira partida da decisão dos principais campeonatos estaduais mostrou alguns detalhes interessantes, preocupantes, bizarros. No antigo país do futebol as coisas são decididas de forma estranha, sem nenhum padrão lógico, com absoluta  indiferença da CBF, que deveria, na pior das hipóteses, orientar as Federações na confecção dos regulamentos.

Em qualquer lugar do mundo um clube que vencer os dois turnos será o campeão. Certo ? Errado. No estadual catarinense não funciona assim. Pode-se alegar que o regulamento foi aceito pelos participantes, todos sabiam que seria assim. Perfeito, não deveriam ter aceitado. Reclamar depois do resultado do primeiro jogo é chororô. O Figueirense foi campeão do primeiro e do segundo turno. Na final, perdeu o primeiro jogo por 3×0 para o Avaí, na Ressacada, e está numa situação complicada para reverter a desvantagem. Basta estar num dia ruim para jogar por terra toda uma jornada vitoriosa. Não deveria ser assim.

O clássico mais antigo do futebol carioca foi decidido pela última vez para quase 150 mil pagantes. A primeira partida para decidir o campeonato deste ano foi disputada no Engenhão com a presença de apenas 23.000 torcedores. O Fluminense se superou e aplicou uma surpreendente goleada no Botafogo e dificilmente deixará escapar seu 31º título estadual. Difícil acreditar numa virada alvinegra, que perdeu sua primeira partida do ano quando menos podia.

Em centros importantes, “penetras” ilustres deixaram clubes poderosos fora da decisão, como o Caxias, que ficou na vaga do Grêmio, o America Mineiro deixando o Cruzeiro fora e o surpreendente Guarani que tomou o lugar que poderia ser de São Paulo, Palmeiras ou Corinthians. Santos x Guarani teve a segunda melhor presença de torcedores de todo o futebol brasileiro, com mais de 40.000 pagantes, grande parte levada para ver Neymar, a única atração do falido futebol brasileiro.

Com arbitragem do carioca Marcelo de Lima Henrique, que expulsou o técnico Paulo Roberto Falcão – fato raro na carreira do ex-jogador do Inter, Roma e seleção brasileira – Bahia e Vitória ficaram no 0x0 e um gostinho de frustração da torcida do Vitória, que jogava em casa. A decisão ficou para domingo, com o Bahia tendo vantagem do empate para ser campeão. Melhor de tudo foi a presença de 31.263 pagantes no Barradão.

No estádio do Arruda, Sport e Santa Cruz empataram em 0x0, com 44.082 pagantes, deixando a decisão para a Ilha do Retiro no próximo domingo, quando o Leão vai completar 107 anos. Estádio lotado com certeza, expectativa de título, evidentemente, já que o time da casa tem a vantagem do empate, mas isso será decidido no campo. Fora dele cabe ao torcedor, mais uma vez, mostrar a força do futebol nordestino. Foi o maior público do domingo de decisões pelo Brasil.

É hora de parar para pensar numa solução para o futebol carioca, que já foi modelo para todo o país, que acompanhava através do rádio, os maiores clássicos da história do esporte mais popular dos brasileiros. Como explicar a presença de apenas 23 mil torcedores na decisão do campeonato, superada em dobro pelos torcedores pernambucanos de Santa e Sport ? Não pode ser atribuída somente à paixão dos nordestinos por seus clubes ou a presença de grandes craques, caso isolado de Neymar, no Santos. Com a palavra o presidente da Ferj, Rubens Lopes e dos quatro grandes  Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.

One thought on “A DECADENCIA DO FUTEBOL CARIOCA

  1. TEM RAZÃO IATA…ESSES CAPEONATOS ESTADUAIS JÁ FORAM ÚTEIS E ATÉ EMOCIONANTES, MAS HJ SÓ SERVEM PARA MASCARAR REALIDADES…O REGULAMENTO DE SANTA CATARINA FOI O MAIS BIZARRO QUE JÁ TIVE NOTÍCIA, SÓ COMPARADO AQUELE AQUI DO RIO EM QUE OS TIMES GRANDES SÓ PODIAM JOGAR EM CASA(LEMBRA???APESAR DE QUE DE UMA CERTA FORMA AINDA É ASSIM) QUANTO AO RIO, ESSE CARIOCA JÁ DEU O QUE TINHA QUE DAR…16 CLUBES (MAIS DA METADE SEM ESTÁDIO, INCRÍVEL!!!!)É MUITO E ESSE MONTE SE SEMIFINAL E FINAL TÃO EXALTADO POR AÍ É UM ”ME ENGANA QUE EU GOSTO” MAS PARECE QUE NINGUÉM QUER MUDAR A SITUAÇÃO…

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