A ARBITRAGEM INTERESSA DO JEITO QUE ESTÁ

Wright foi o melhor de todos

Não mudou nada na arbitragem, desde os anos 1950. Mudou o mundo, as pessoas, os conceitos. Primeiro veio a turma encabeçada por Mario Vianna e o que ele dizia era a pura verdade. “Falou ta falado”. Não havia essas enganações modernas que não tiram teima nenhuma, só complicam mais ainda a cabeça do telespectador, coitado. Sem falar nos tais “23 metros” de distância para a cobrança de uma falta. Ridículo, aquilo. E provo que é.

Por essas bandas as coisas funcionam (para variar, copiando alguém) como no Hemisfério Norte. O cara vira “deus” em sua profissão e o futuro está garantido, mesmo que ele não tenha se preparado para outra atividade. Não basta ter sido bom, se não, Pelé teria sido o maior técnico do mundo. Mas teve discernimento e procurou levar a vida de outra forma. E se deu muitíssimo bem. Voltando à arbitragem, não podemos dizer o mesmo dos milhares de comentaristas espalhados por aí.

Por desconhecimento – apitar é uma coisa, comentar é outra bem diferente – falta de preparo intelectual ou liberdade para falar, o que é mais grave, são obrigados em determinados lances a dizer o que lhes mandam, pelo fone. É o tipo de profissão que eu não gostaria de atuar, sinceramente. Sempre gostei de fazer minhas perguntas e nunca trabalhei com “produção” nas minhas matérias. Mas isso não interessa.

Que crédito pode merecer um comentarista que vê uma imagem três, quatro, cinco vezes e não chega a uma conclusão. E quando chega, difere da sua, que não ganha nada e viu “melhor” que o cara que está ali, bem pago, para te informar uma coisa nova e diz exatamente o que você cansou de ver, de outra forma. Nada contra os comentaristas de arbitragem, alguns deles meus amigos e maravilhosos profissionais. Acho José Roberto Wright o melhor árbitro que vi atuar e Arnaldo Cesar Coelho foi outro gigante do apito.

Mas não podem dizer o que pensam. O que viram. Há outros fatores envolvidos, como o Flamengo contra o Avaí, por exemplo, a seleção brasileira, patrocinadores, interesses comerciais e outras coisas mais que o torcedor não conhece. Por isso você já está de saco cheio de ouvir “um dedinho à frente” e outras besteiras do gênero, para não melindrar a terceiros. Você é o que menos importa. Vendem o peixe e pronto.

Dito isso, você me pergunta. Tá, e o que vamos fazer para mudar ? Muita coisa, meu caro Watson. Vamos por partes. Quase que eu escrevi “como diria Jack”, mas lembrei que já falei do assessor do Sherlock, ficaria muito personagem de filmes de terror juntos. O que não seria fora do contexto, mas vamos seguindo.

Educação é a base do desenvolvimento de qualquer país, em qualquer lugar do mundo. E o jogador brasileiro é o mais mal-educado de todos. Quando vai para a Europa ou está na seleção – há raríssimas exceções – se transforma. Esse é o principal problema enfrentado pelos árbitros brasileiros. Outro exemplo, quando a arbitragem é do continente viram cordeiros, frente a Oscar Ruiz, Carlos Amarilla, etc.

Por que os árbitros brasileiros não fazem o mesmo ? Eis o segundo problema. Não tem autonomia nem para suspender uma partida. Quem dá a última palavra é a rede de televisão que tem os direitos de transmissão. Isso é gravíssimo, precisa ser debatido.

O início do jogo depende do fim da novela. Querem mais o que ? Quem vai mudar isso, o moço da arbitragem, lá de São Paulo ? Nada, vai continuar assim por muitos anos. Se mexer muito perde o emprego.

Para fechar, falando somente dos problemas mais graves, que tal mudar ou acabar com o Tribunal de Justiça, que não ajuda em nada, só atrapalha e tira a pouca autoridade que o árbitro deveria ter em campo ?  Depois do “crime” cometido por Kleber no jogo contra o Flamengo, no tal (quem inventou isso) fair-play, o Tribunal pensou em punir o jogador. Isso bastaria para fechar as portas. Quem menos teve culpa naquele lance foi o jogador do Palmeiras. Mas eles adoram um holofote.

Esse assunto não se esgota nunca. Veio às manchetes porque houve uma arbitragem ruim, como tantas outras, do Heber Roberto Lopes, que apitou mal mais uma vez, como tantas outras, mas foi contra o Flamengo. Se fosse contra o Olaria eu não estaria aqui tomando seu tempo, caro leitor. Como o Mengão deixou de ganhar dois pontos e a liderança, que ele pode recuperar mais adiante, o mundo caiu.

Fechando. Se o árbitro, que considero péssimo, advertiu a seis jogadores do Flamengo, pode-se discutir uma ou duas advertências, não todas elas. Se não houve advertência para os jogadores do Figueirense é porque eles não mereciam. Isso eu vi. O Flamengo e todos os clubes brasileiros, precisam contratar um especialista em arbitragem para dar aula aos jogadores, isso sim. O Caso do Kleber, contra o Palmeiras, foi uma prova que no clube mais popular do País ninguém conhece as regras do jogo. E deveriam.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *