OBRIGADO SENHOR

Preciso passar uma experiência única em minha vida, para que outras pessoas não precisem sentir o mesmo pavor, ver a morte parecer próxima, uma noite de terror, medo e muita fé em Deus. Deixei Pasárgada (Araruama) às 19:30, leve, feliz, uma paz incrível, como poucas vezes me senti. Um absurdo engarrafamento (ninguém me convence que não é proposital) desde o começo da serra até Maricá, 14 quilômetros de pista única, não há como ultrapassar, em 1h54min. A 00:03 estava no Maracanã quando começou a chover. Na subida da Grajaú-Jacarepaguá o mundo desabou em água, ventos fortíssimos, raios e trovões de enlouquecer. Perdi o controle do carro (estava sozinho)
algumas vezes, deslocado pela água que descia, o limpador de para-brisas não dava vasão e o barulho da chuva na lataria era ensurdecedor. Nenhum carro por perto. Na descida o mesmo problema, agora em total escuridão. Tentei parar no primeiro posto não havia lugar, entrei na Pau Ferro, a chuva e o vento aumentavam, tentei subir a Gabinal e dei de cara com um “rio” que me obrigou a parar num outro posto. Quando me dei conta que havia escapado de um problema muito sério. Tudo escuro, iluminado apenas pelos seguidos e assustadores raios (sempre tive muito medo deles), uma ventania que balançava o carro, agora todo apagado. Fiquei ali por duas horas, sempre pensando em ser assaltado, o que não está fora dos planos de qualquer morador do Rio, naquela situação. Subi a Gabinal,
entrei na estrada do Senac, estava tudo parado, ninguém arriscava passar por uma lagoa que se forma ali com qualquer chuva.Um grupo arriscou e fui atrás. Cheguei em casa não tinha luz, elevadores alagados, varanda cheia d’água. Tia Anita dormia como um anjo.
Deu uns cheiros nela e fui pra cama, sem antes agradecer a Deus pela minha proteção. Só escrevi esse relato para deixar um legado de tudo que passei. Haja o que houver, seja qual for sua crença, seu “deus”, nunca perca a CALMA, tenha sempre o controle da situação. Foi assim que cheguei em casa.

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