TV TORCIDA

As transmissões esportivas na televisão chegaram a níveis insuportáveis. Só há uma saída, o velho e fiel radinho ao lado, mesmo com o “atraso” inevitável. Há sempre algum vizinho em tempo real e a gente fica sabendo uns três segundos antes. Menos mal. A Fox escalou quatro “torcedores” para fazer o jogo Santos x Independiente, coisa pavorosa, até onde deu para ouvir. Sabemos que há um limite para cada um, mas os caras exageram, viram torcedores de arquibancada, querem defender a audiência, acabam promovendo um circo dos horrores. Waldir Amaral, o maior gênio da comunicação esportiva de todos os tempos, dizia para a equipe que comandava. “O narrador narra, o comentarista comenta, o repórter dá as informações e o torcedor torce. Lugar de torcedor é na arquibancada”. Cada um em seu canto, vamos lá, “fazer copa do mundo”, incentivava e cobrava. Quem é do meu tempo sabe que era assim que funcionava. Hoje os profissionais (inclusive os “convidados”) passam a transmissão fazendo média com o ouvinte/espectador. querem agradar as “praças”, ficar bem com as torcidas. Aí desanda, vira galhofa, desacredita. O goleiro Vanderlei defendeu um penalty e foi chamado de “MITO”. Parodiando Adriano Suassuna, se uso esse adjetivo para qualificar Vanderley, o que vou usar para falar de Gylmar, Castilho, Leão, Tafarell, Iashin, Van der Saar, Neur, Courtois ?.
A moça que comenta a arbitragem (é competente, por sinal) ficou com “medo” de dizer que foi penalty contra o Santos, com sete minutos de jogo. Lance claríssimo. Não puderam manter o erro e recuaram, acabando por confirmar a falta, uma vergonha.
No jogo do Grêmio não foi diferente. Novamente torcedores transmitindo e a gente fica em casa com cara de bobo, imbecil, idiota. Depois enfiam a cara no buraco quando há um 7×1, como se não fossem culpados, também. Infelizmente é assim. FOTO: Waldir Amaral e Jorge Curi, duas lendas que fazem muita falta.

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