SAMARONE, O SENHOR DO MEIO DE CAMPO

Samarone

No dicionário, maestro está com a seguinte definição: mestre em italiano, ou regente. É alguém que rege uma orquestra ou um coro musical. O termo também é aplicado a um grande compositor. Porém, essa definição no time do Fluminense, campeão Brasileiro de 70, se resume a um simples e importante nome: Samarone.

O talentoso loiro comandava o meio de campo tricolor com verdadeira maestria e com uma simplicidade em suas ações que chegava a espantar os adversários, que não entendiam como podia jogar tanto e fazer a bola rolar de maneira tão sublime. É natal e o Site Oficial do Fluminense tem o orgulho de presentear a torcida tricolor com uma matéria exclusiva com os relatos do nosso Senhor do meio de campo.

Samarone não era de muitas pompas ou de dificultar coisas simples. Pelo contrário, era especialista em simplificar coisas difíceis e as que já eram simples para ele viravam atos corriqueiros.  Tais atitudes fizeram dele um grande ídolo de uma geração de tricolores, que até hoje recordam saudosos suas jogadas e não têm dúvida ao eleger seu jogador predileto, reconhecimento fundamental para o meia que ficou seis anos nas Laranjeiras.

– Em primeiro lugar é sempre importante dizer que um grande clube recorda seus jogadores e o que o Fluminense tem feito por nós mostra sua grandeza. Há quarenta anos eu não via muitos de meus amigos daquele título maravilhoso que conquistamos e tive a oportunidade de vê-los neste ano. A torcida nos reconhecendo como ídolos e isso me deixa muito feliz. Posso dizer que a felicidade fica estampada no meu rosto cada vez que lembro do nosso título de 70 e essa felicidade é muito grande – afirma.

Este reconhecimento ao qual se referiu Samarone é de bem antigo e já virou uma grande característica não só do clube, mas também da torcida tricolor, que desde os tempos em que ele comandava o meio de campo do Fluzão para grandes conquistas, já fazia das arquibancadas um espaço destinados a grandes espetáculos de deixar qualquer adversário com o queixo caído.

– Sempre tivemos essa bela torcida, de reconhecimento, de festas, de alegria e de muito respeito. Isso posso dizer que me dá uma satisfação muito grande em poder ser ídolo de uma torcida linda como essa. A história desse clube é muito importante, por isso gostamos sempre de relembrar.

Não teve para Veselin Topalov, Stuart Conquest e muito menos para Carlos Torre, o maestro a reinar de forma absoluta diante da torcida do Fluminense tem um nome bem mais simples e que rapidamente coloca um sorriso no rosto dos tricolores, Samarone. O Senhor do meio de campo afirma que teve muitos momentos inigualáveis com a camisa do Fluzão e que entre eles o título de 70 reina absoluto.

– Tive muitos momentos bons com a camisa do Fluminense, coisas maravilhosas aconteceram nos seis anos que estive neste clube. Mas certamente o título de 1970 marcou muito nossas carreiras. Para nós realmente aquele ano foi muito complicado, pois os times eram de muita qualidade e o Brasil havia acabado de ser tricampeão mundial. Foram tempos incríveis para nós jogadores.

Mas um grande maestro nunca rege sozinho um time de músicos talentosos, tampouco uma equipe formada de grandes jogadores, entre eles campeões mundiais com a Seleção Brasileira como Félix e Marco Antonio. Aliás para Samarone o grande craque daquela disputa foi Félix, que protagonizou um lance fundamental para o título, na última partida da primeira fase daquele campeonato.

– Acho que a partida mais importante e mais difícil que tivemos nessa conquista foi a da nossa classificação para o quadrangular final contra o Atlético-PR. Lembro que o jogo foi no Paraná e precisávamos apenas do empate, nós conseguimos esse resultado, mas com uma defesa fora do normal e sensacional do Félix no fim do jogo. Ali o time cresceu e mostrou que éramos uma grande máquina na reta final.

Assim chega ao fim o especial que relata alguns momentos e personagens marcantes da primeira conquista de um Campeonato Brasileiro do Tricolor das Laranjeiras. Mickey, Denílson, Flávio, Félix e Samarone que estiveram presentes e foram fundamentais para o título, e toda a equipe de comunicação do Fluminense Football Club deseja a todos os tricolores um ótimo natal e uma feliz Libertadores 2011.

A reprodução desse texto, publicado no site oficial do Fluminense, escrito por Roberto Veloso, é uma forma simples de homenagear um jogador espetacular e uma pessoa extremamente contagiante em todos os seus atos. Para mim, particularmente, um capítulo especial no livro que pretendo lançar em 2011, citando Samarone como o primeiro jogador que entrevistei, no começo de carreira, no Maracanã.

Ao mesmo tempo, aproveito para saudar os tricolores pela conquista do campeonato brasileiro, em especial aos amigos Francisco Horta, Dr. Nelson Koifman, Dr. Murilo Kieling, Tadeu Sergio, Dr. Wilson Koury, Heleno Rotay, Ermete e Henrique de Oliveira, Comandante Alziro D’Ávila, Pedro e Alberto Bial, Fernando Ebert, João Santana, Pedro Cirillo, Fagner, Silvio Cesar, Mario Neto, Nelson Rodrigues Filho, Raul Raposo, Roberto Sander, Savio Franco, Gerson, Pintinho, Pinheiro, Assis, Deley, Zé Roberto Padilha, Felix, Sergio e Rose Vieira, Zeca do Trombone, Chico Buarque, Sergio Chapelin, Delcio Carvalho e muitos outros.

Desejando a todos novas conquistas e um maravilhoso 2011.

4 thoughts on “SAMARONE, O SENHOR DO MEIO DE CAMPO

    1. Marcus, sou daqueles que preferem a critica ao afago. Quando ela é construtiva,
      inteligente, honesta. Favor ler o penultimo parágrafo da matéria sobre Samarone.
      Volte sempre.

  1. Muito bom, Iata. Relembrando nossos melhores espetáculos e seus causadores.
    Outros também foram importantes, é claro, mas nada como relembrar atuações do Samarone. Abraço

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