POBRE CAMPEONATO CARIOCA

O Volta Redonda, time pequeno do campeonato carioca, lidera com folga (eu escrevi “com folga”) o Grupo A da Copa Rio, assim dividida para dar mais audiência. Desculpe, eu quis dizer mais emoção. O Voltaço tem 12 pontos em quatro jogos disputados, fácil concluir que está com 100% de aproveitamento. O Friburguense, outro pequeno, está em segundo, com 6 pontos, à frente do Botafogo, que hoje estaria fora da decisão do segundo turno, ou seja, sem condições de ganhar o campeonato direto.

Pela ordem, seguem Nova Iguaçu, Olaria, Quissamã e Madureira,  times pequenos do Estado do Rio de Janeiro. Em oitavo, ou seja, último, o gigante Vasco da Gama, de tantos títulos, glorias e passado brilhantes. Mais que isso, hoje é dirigido por uma comissão técnica de altíssimo nível, que poderia estar no Barcelona, Manchester, Milan ou qualquer clube grande da Europa. Quem não gostaria de ter um grupo com Ricardo Gomes, Renê Simões e Paulo Autuori ? O problema não é desse tipo, é muito mais grave do que se possa imaginar.

O Grupo B é liderado pelo Resende, outro clube pequeno, em busca de sua emancipação técnica e financeira, num campeonato que já foi o mais importante do país, hoje apenas mais um a serviço da televisão. Por merecimento, organização e estrutura sua ascensão é questão de tempo. Se não virar clube/mercado, vendedor de futuros craques e pensar grande, poderá chegar mais longe. Sua marca, também com 100% de aproveitamento, merece uma análise mais abrangente. É uma força emergente que precisa apenas confiar no seu potencial.

O Fluminense é o único dos quatro grandes que estaria classificado hoje – apenas uma imagem do que ocorre neste momento – com 83% de aproveitamento, seguido do Duque de Caxias, chamado por algumas pessoas, certamente reprovadas em História do Brasil, de “Duque”, o que não é novidade entre os chamados “entendidos” em futebol, que se multiplicam feito gafanhotos, com a diferença de ter às mãos um microfone, dado por algum irresponsável.

O Flamengo, sabidamente o clube mais popular do Brasil, atravessa uma crise político/administrativo que não permite formar uma grande equipe, investir em contratações, pagar salários de 1,2 milhão de reais como fizeram com Ronaldinho Gaucho, nem 600 mil a um treinador, caso do recém-demitido  Dorival Junior. A meta é pagar as contas, arrumar a casa – sina dos presidentes atuais – e disputar competições com os arremedos de time que Vasco e Flamengo mandam a campo. Difícil é passar isso para o torcedor.

A quarta rodada da Copa Rio será concluída na quarta-feira (3-41-13) para preencher grade do Pay Per View, às 19h30min, em Volta Redonda. Belíssimo programa para quem gosta de futebol. Jogo para mais de 60 mil pessoas três décadas atrás. Hoje, talvez chegue a 10% disso, se não chover. Caso contrário, vai perder, em público, para qualquer jogo de vôlei da Super Liga, que tem o RJX como representante carioca e ainda um dos candidatos ao título, se vencer o terceiro jogo contra o Minas. E assim a gente vai fazendo de conta que está tudo bem. Vem aí a Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíada, vamos esquentar a cabeça com pouca porcaria ?

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