O QUE VAI MUDAR NO FUTEBOL

 

Não vejo indicação significativa de mudanças no futebol brasileiro para as duas próximas décadas. Tempo suficiente para as poderosas equipes europeias se fortalecer e manter o domínio por longo período. Nem a violenta crise econômica consegue deter o avanço dos gigantes europeus, especificamente  Real Madrid e Barcelona – este o último campeão mundial – além da supremacia da seleção dirigida por Vicente Del Bosque, que conquistou os três últimos torneios internacionais. Nada menos que duas Copas da Europa e uma copa do mundo. Seguidas.

O outrora poderoso e internacionalmente conhecido Botafogo, com um estádio à sua disposição, tem jogado para plateias de treinos passados, em General Severiano. Em crise técnica e com uma grande torcida, não consegue motivar seus seguidores a prestigiar seus jogos, em casa. O time está em sétimo lugar a cinco pontos do Vasco, último do G4 que classifica para a Taça Libertadores. Nem assim o torcedor comparece. Apenas 2.616 pagaram ingresso para ver o jogo contra o Coritiba, em casa, com faixas pedindo a saída do treinador, diretores e exigindo time. Como se fosse tão fácil assim. Pode ser que a vitória sobre o Cruzeiro, com grande apresentação de Seedorf dê um alento ao torcedor.

Vale lembrar o equilíbrio entre Europa e América do Sul em campeonatos mundiais. Em vinte competições, apenas uma vez o título ficou no mesmo continente em duas edições seguidas, com países diferentes. A Itália foi campeã em 2006 e a Espanha em 2010, não considerando os bicampeonatos da Itália (1934-38) e Brasil (1958-62). A crise econômica mundial afetou consideravelmente e todos os clubes do mundo, mais ainda os sul-americanos, menos estruturados, com poucos sócios para dar suporte.

A crise na Europa afetou, pela primeira vez, os clubes de futebol considerando a presença de público nos estádios e a venda de carnês para a temporada. Exceção, mais uma vez, de Real Madrid e Barcelona, que levaram mais de  170 mil torcedores aos estádios, nas duas partidas que decidiram a Supercopa da Espanha, vencida pelos brancos. Um grave e insolúvel problema afeta os demais clubes, que lutam por maior cota de transmissão de seus jogos, além do novo horário imposto pela Federação de Futebol da Espanha, às 23 horas, com a desculpa de proteger os jogadores do forte calor.

A dois anos da copa do mundo, que será jogada “em casa”, a seleção brasileira não apresentou nenhum resultado prático considerando a definição do time. E os problemas não são poucos. Ninguém pode – incluindo o técnico – apresentar sequer um esboço de time, levando em conta que a seleção campeã do mundo – a Espanha – está praticamente definida, hoje, se fosse preciso. O que faz Vicente del Bosque é somente definir o grupo e o padrão de jogo a ser utilizado, como variação, sabendo-se que o toque de bola será padrão da Roja.

Os problemas da seleção brasileira começam no gol, onde não há um titular desde que Julio Cesar foi afastado, após a copa de África do Sul. Pagou a conta sozinho, por causa de um trabalho que durou quatro anos e não conduziu a nada. Foi mais um ciclo perdido, iniciado dia 24 de julho de 2006, quando Dunga substituiu Carlos Alberto Parreira, depois da copa da Alemanha. O tempo usado por Mano Menezes ultrapassa os 50% e não há expectativa de definição pelo manos até o fim deste ano, incluindo o que foi usado pelo fracassado time olímpico. 

A “importação” de jogadores do futebol europeu deu a falsa impressão de poderio financeiro e ascensão técnica o que não é verdade. Exceção de Seedorf, contratado pelo Botafogo, que somente agora começa a lembrar o craque que vimos brilhar no Milan, Real Madrid, Ajax e Inter, e Juninho Pernambucano, pelo Vasco, Forlan, Luis Fabiano, Juan e outros menos cotados ainda estão em fase de adaptação e isso leva tempo. Não há dúvidas quanto à sua capacidade técnica, resta esperar pela recuperação física e atlética para uma melhor avaliação. Adriano voltou ao Flamengo, passando pelo Corinthians, onde não apresentou nenhuma mudança. É risco puro. 

A Liga da Russia, iniciada em 1992, está em quinto lugar entre as competições nacionais mais importantes e passou a competir em contratações com as mais ricas do mundo. As recentes compras de Hulk e Witsel pelo Zenit, de San Petersburgo, ultrapassou com 223 milhões de euros a Liga da Espanha. Para acompanhar as competições e folgas de outros campeonatos, a Russia iniciou seu campeonato em 21 de julho e termina em 19 de maio de 2013, atualizando-se ao “calendário ocidentalizado”. Assim, haverá a parada durante o inverno rigoroso, e as equipes poderão disputar a Liga dos Campeões e a Liga Europa em igualdade de condições com outros centros.

Uma interessante disputa envolve a próxima copa do mundo, a ser disputada no Brasil. Será no mesmo continente da primeira (1930, Uruguai, primeiro país a ganhar em casa). Poderá ter o primeiro continente tricampeão (Itália e Espanha ganharam as duas últimas) e com vitória sul-americana haverá empate em número de títulos (10 para cada continente).

2 thoughts on “O QUE VAI MUDAR NO FUTEBOL

  1. Salve
    Sou do tempo da Radio Globo chamando pelos reporteres Denys, Iata…
    Bom Amigo do Rei, o que vc acha do modelo do atual Campeonato Fluminense?
    Outra coisa, não sou a favor e gostaria de sua opinião. Esse papo de ficar poupando jogadores para uma determinada competição. Você acha isso correto?
    Informação: sou BOTAFOGUENSE.

    Abç

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