O MARACA É NOSSO

Muito barulho por nada. O brasileiro precisa mudar alguns conceitos, dar menos importância ao que ouve, lê e vê na mídia. Será que não viram que o País está mudando, vivemos uma nova era, há esperança de grandes mudanças, em todos os sentidos ? E o futebol não pode ser diferente. O Maracanã continua “estádio”, o que é muito bom. Mantém o status de maior e mais importante de todos os “campos” do mundo. Jamais será batido.

O que houve foi uma mudança estrutural, filosófica, profissional. Hoje o Maraca tem “dono”, isso é bom. Uma nova gestão fará bem ao velho e histórico estádio. Único no mundo a ver um gol 1.000, gol de placa, estréia e despedida de Pelé na seleção e quase todos os grandes jogadores do futebol mundial. Isso não se apaga, é o lado bom da história. Discutir posição de torcidas foi inoportuno, quando há coisas mais importantes a ser avaliadas.

Penso que as reclamações foram exageradas e a “sugestão” do presidente Roberto Dinamite de boicotar o jogo  inoportuna. Falou o torcedor, quando deveria falar o dirigente. Nesse momento é preciso equilíbrio, tranquilidade, bom senso. É justo defender os interesses do clube e seus torcedores, já que ele acredita que houve injustiça. Daí a tentar virar a mesa é outro papo. As coisas se acertarão com o tempo. Nosso povo é arredio quanto a mudanças. Mas depois se acostuma e tudo volta ao normal.

Quando deveria haver união entre os quatro grandes do futebol carioca surgiu um racha. Penso até que Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, mesmo tendo São Januário como excelente opção, poderiam ter “alugado” o Maracanã. Com os preços mantidos seria uma boa fonte de renda, grande suporte para administrar as mega dívidas. Cada partida teria a renda dividida pelos quatro, mesmo quem não estivesse jogando. Não vejo isso como utopia.

Não vejo problema nos novos preços. Basta comparar com os cinemas, teatros, shows. O futebol sempre foi o mais barato. O argumento de que o sujeito leva o filho, paga ingresso, bebe um refrigerante, não se sustenta. O turismo mais usado pela classe média brasileira, que vai aos jogos, é na Disney e ninguém reclama dos preços. E pagam em dólares. Não vejo o aumento, tá bem, eu não pago, mas vou a trabalho, como argumento que se sustente. Não considero “elitização”, como parte da mídia usa para fazer média com o torcedor. O que poderá haver, e vai acontecer com certeza, é SELECIONAR, o que é muito diferente e bem saudável.

Mais três jogos e teremos noção do que irá acontecer no Maracanã. Uma coisa é certa, os antigos vândalos que destruíam cadeiras, pias, privadas, tetos, lâmpadas e descargas serão tolhidos em suas ações. Além da mudança de comportamento que a modernidade, segurança e conforto, estimulam, haverá rigoroso acompanhamento monitorado em todo o estádio. O próprio torcedor que sai de casa para assistir a um espetáculo, será um repressor ao comportamento inadequado.

Tenho acompanhado o dia a dia do estádio e vejo mudanças significativas em todos os setores. O acesso aos jogos da Confederações foi sucesso absoluto. Vim ao jogo da Espanha contra Taiti, uma festa incrível, ordeira, pacífica, me diverti muito. Nem parecia que estávamos no Maracanã. Mas era verdade, houve mudança e a tendência é melhorar cada vez mais. Eu impediria a venda de bebida alcoólica, ambulantes parando à sua frente para vender cerveja. Sou radicalmente contra.

Quinta e sexta-feira acompanhei o movimento da venda de ingressos nas bilheterias do Maracanã. Tudo organizado, filas sendo respeitadas, sem aglomeração, policiamento suficiente para a ordem ser cumprida. Nosso País começou a mudar a partir do dia 10 de junho. Não vi um cambista por perto, nem onde costumavam almoçar. A repressão é necessária e tem sido eficiente. É a hora da virada fora de campo. Dentro dele os jogadores da seleção deram o recado. Hoje temos um novo Brasil e precisamos pensar nele.

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