O FLAMENGO ENLOUQUECEU

  

Passei numa banca de jornal e dei a tradicional parada para ler as manchetes do dia. Noite passada havia acompanhado no “Cidade Alerta”, da Record, todo o trabalho feito, ao vivo, sob o comando do Marcelo Rezende, o melhor de todos, com muito respeito por outros grandes profissionais do jornalismo, as passeatas no RJ e SP. Aliás, o jornalismo está muitos anos a frente do pessoal do esporte. Esse setor parou no tempo, não renovou, está um caos. Há, a gente sabe disso, um bloqueio dos patrões, limitando as raras exceções. Manda quem pode, obedece quem precisa.

Uma manchete me fez estremecer dos pés a cabeça. “Fla contrata Mano por 1 milhão”. Pedi o “Lance”  e fui saber mais sobre a história desse salário maluco. “Esses caras piraram de vez” pensei enquanto voltava pra casa. Lembrei da promessa do presidente Bandeira de Melo que prometera austeridade na direção, principalmente com relação aos altos salários pagos em administrações passadas, que apressou a saída de Ibson e outros jogadores, considerados de alto custo e pouco rendimento.

Penso sempre no custo/benefício, caso de Messi, Cristiano Ronaldo e mais uma meia dúzia de craques espalhados pelo mundo. Pagar 700 mil reais (dizem que era isso) para um treinador, como o Flamengo fez com Dorival Junior merecia uma sindicância muito séria ou uma CPI dentro do clube para apurar todos os detalhes daquele contrato. Chamam isso um caso de polícia. Nenhum clube brasileiro, e não sei se a seleção deveria chegar a tanto, tem condições de pagar esse salário, muito menos um clube afundado em dívidas, como o Flamengo, que penhorou o Ninho do Urubu para acertar dívida com o “Leão”.

Além disso, não vejo nenhum treinador brasileiro que mereça esse salário mensal. Falo em custo/benefício, conhecimento, capacidade profissional, liderança, resultados, que se resumem a títulos. Nem Murici Ramalho, o treinador brasileiro que mais se valorizou nos últimos dez anos, com o tricampeonato do São Paulo, principalmente, deveria ganhar tanto. A pergunta que tem uma resposta imediata é se os dirigentes que pagam esses salários absurdos fariam o mesmo em suas empresas. Claro que não.

Enquanto não houver uma lei que obrigue a prestação de contas – ela existia mas foi retirada da Lei Pelé – dos dirigentes, com penas pesadas, as coisas não mudarão. Até hoje procuro um documento no Flamengo que mostre como foram feitas as negociações envolvendo Romário, vendido e comprado três vezes em transações com o Barcelona. Onde estão esses documentos ninguém sabe. Já fui informado que eles não existem. Não sei de nada, só queria ver. Assim é fácil administrar e depois largar as contas para o sucessor. Sei que muita gente ficou rica com o futebol, menos os clubes.

Finalmente a situação foi esclarecida, segundo o “Lance”, que deu detalhes da nova transação. Mano Menezes vai assinar pelo irrisório salário de 400 mil reais por mês, ou US$ 235.294,11, ou seja, 6,7 vezes o que ganha o presidente Barak Obama, da maior potência mundial.  Bobagem, faz sentido. Afinal, o que representa dirigir os Estados Unidos comparado à responsabilidade do “brother” Menezes ? . Ah, ia esquecendo, até 2014. Será que eles acreditam também em Saci Pererê ? Muda esse discurso, gente. Faz um contrato sem tempo determinado e sem multas, caiam na real. Se perder cinco jogos a torcida chama de burro e terão que demitir. Essa é a realidade do futebol cinco vezes campeão do mundo. Ô turma.

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