MÉXICO ADOTA TEMPO TÉCNICO EM SEUS JOGOS

A Federação Mexicana de Futebol (Femexfut) introduziu o tempo técnico no Torneio Clausura, visando a hidratação dos jogadores, devido ao forte calor que faz nesta época do ano. O jogo é interrompido aos 25 minutos de cada tempo, para que os atletas possam beber água e se hidratar, durante um minuto. Jornais esportivos da Europa insinuam que há interesses comerciais por trás da iniciativa dos dirigentes mexicanos. Essa prática foi introduzida no campeonato carioca de 2010, com exceção dos jogos realizados no Maracanã, por causa da televisão que precisava se adaptar às mudanças.

Jorge Rabello, presidente da Comissão de Arbitragem da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, introdutor do tempo técnico no futebol brasileiro, destacou a importância da medida, criada no futebol brasileiro. “Fizemos a parada técnica em 2010, com exceção dos jogos do Maracanã, por causa da televisão. Como no México, nossos jogadores ficam expostos a temperaturas elevadas e precisávamos fazer alguma coisa. Além disso os técnicos podem participar do jogo, uma reivindicação antiga desses profissionais. Este ano foi introduzido no regulamento do nosso campeonato e parece ser uma idéia vencedora”.

A suspeita está amparada no clima de guerra declarada entre televisões, depois que o magnata Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes, retirou a publicidade de suas empresas das cadeias Televisa e Azteca, que são propriedades dos milionários Azcárraga e Salinas que querem competir com Slim no mercado de telefonia móvel. Os dois canais aproveitaram o minuto de paralisação para inserir anúncios de concorrentes na ausência dos de Slim, que representam 35% das inserções.

Entretanto, a Federação Mexicana enviou seu diretor técnico Enrique Bonila a sede da Fifa, em Zurique, com a finalidade de justificar a nova medida adotada. “Os jogadores precisam se hidratar, isso é para o bem de todos. Se a Fifa não permitir a gente retira e pronto”. A Federação está preocupada com uma possível penalidade, já que fez a mudança no regulamento sem consulta prévia ao órgão máximo do futebol mundial. A medida foi adotada na semana passada.

Alguns jogadores protestaram porque não sabiam da nova determinação. “Pensei que o árbitro havia apitado uma falta quando vi todo mundo indo para a lateral beber água. Fiquei surpreso porque era de noite e estava chovendo”, disse Giménez, do Cruz Azul. Palacios, do Puma, acha que há envolvimento financeiro na medida. “Isso não tem nada a ver com o calor, é interesse comercial mesmo”.

Antes das paralisações oficiais, determinadas pela Federação, algumas partidas foram interrompidas por causa do forte calor, superior a 33 graus, para hidratação dos jogadores, por determinação dos árbitros, sem que houvesse interferência das televisões. Depois de toda a discussão a decisão ficará a cargos dos árbitros, na próxima rodada do Clausura.

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