MANDA QUEM PODE OBEDECE QUEM PRECISA

Começou o campeonato brasileiro de futebol, mais um por pontos corridos, felizmente, sem a principal atração que seria Neymar, vendido ao Barcelona. Essa ida do melhor jogador brasileiro merece mais uma reflexão, de tantas a que tem sido alvo o jovem craque. Pra mim, uma venda bem aquém do que deveria ter feito o Santos, considerando o mercado europeu e mundial. O negócio foi providencial. Seria mais um ano para Neymar, aqui. No Barcelona é um novo desafio, novas jogadas, outros gols. Não dava mais para esperar, sei disso, mas uma “choradinha” e o Barça melhoraria a proposta, tenho certeza. A não ser que tenha rolado algum “´por fora”. Sandro Rosell é esperto.

Entretanto, considerando as fortunas gastas por jogadores bons, evidentemente, mas que não chegam a frequentar o patamar dos quase gênios, como Cristiano Ronaldo e Messi, ou em escala inferior a Iniesta, Lewandowski, Xavi, até mesmo Balotelli ou Ibrahimovic, o Santos poderia ter faturado bem mais. Da Inglaterra chega a notícia de uma oferta de 70 milhões de euros do Real Madrid pelo galês Gareth Bale, do Tottenham, um excelente jogador, mas será que vale tanto ?

Não sou chegado a previsões, numa competição longa, com 38 rodadas, onde muita coisa pode acontecer. Mas é assim em quase todos os campeonatos pelo planeta. Na Europa, onde se pratica o melhor e mais organizado futebol do mundo, o campeão é aquele que soma mais pontos, joga uma partida em casa e outra fora. Havia uma corrente defensora do “maior campeonato do mundo”, com 15 candidatos, bla, bla, bla. Essa bobagem, entretanto, não resistiu ao tempo, tão cruel quanto sua teoria idiota.

Defendo a mudança de calendário. Não por considerar que todo mundo acompanha o ritmo dos mais importantes campeonatos do mundo, mas pelas condições de ter o mesmo tempo para aproveitar a data Fifa, por exemplo, quando os clubes que cedem seus jogadores ganham justa folga. Há uma defasagem de condicionamento de nossos jogadores, que começam a temporada em janeiro, enquanto no resto do mundo esses profissionais estão em plena forma, no meio da temporada.

Isso faz diferença, principalmente se considerarmos um ano atípico, como o que se aproxima, quando será disputada a copa do mundo. Os principais jogadores europeus chegarão ao ápice do condicionamento atlético, em junho, basta ver que os principais campeonatos estão se encerrando neste mês. É preciso – e isso não é pouca coisa, tão fácil assim – fazer um trabalho de manutenção,  avaliações e compensar com trabalho ou repouso, evitando sobrecarga.

Não me parece, e por isso deixei passar duas rodadas para falar sobre nossa principal competição, haver um grande time. Mesmo considerando o que Corinthians e Atlético Mineiro apresentaram e continuam apresentando, não vejo que deva dar a eles a condição de favorito. Serão, por isso  uma parte da mídia tanto se equivoca, dois candidatos, tanto quanto outros clubes grandes, como Cruzeiro, Inter, Fluminense, São Paulo, Botafogo, os de sempre, pelas estatísticas. Nenhuma novidade.

O que tenho a lamentar é a condição dos gramados, os jogos fora de casa, a falta de estádios. Principalmente no Rio, com os quatro grandes disputando e apenas um com estádio para fazer seus jogos. Uma vergonha. Deslocamentos absurdos, pouco tempo para descansar os jogadores, comissão técnica, imprensa, árbitros, com três competições ao mesmo tempo, sem nenhuma previsão quanto a acomodações das delegações e torcedores. O Flamengo, privilegiado por sua grande torcida, “joga em casa”, mas não é bem assim.

Muito romântico, vivem dizendo isso em todos os jogos do rubro-negro carioca, mas pergunte aos jogadores, comissão técnica, principalmente os médicos e fisioterapeutas, se é assim que a banda toca para recuperar um jogador. Entretanto, alguém fatura em cima desta “desorganização” orquestrada, a famosa “dificultar para facilitar”.  Como explicar para um presidente de time europeu que o Santos ganhou 800 mil para jogar, a Federação faturou 200 mil e o empresário 7 milhões ?   É ou não um primor de organização  ?

E a bola ?  Alguém pode me explicar como aprovam uma bola colorida, onde predomina o vermelho, para jogar na grama, normalmente verde, ou não ?  Aquilo é bola para jogar na neve, muitas vezes mostrada nos jogos do campeonato russo.  E a TV que tem os direitos de transmissão fica calada. Possivelmente tem algum interesse nisso. Se não, estaria fazendo campanha como fez quando a Comissão de Arbitragem do Rio lançou os árbitros auxiliares e o tempo técnico, é era contra. O mundo inteiro usa e vai usar na copa do mundo.  É assim que funciona.

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