JORNAIS GREGOS DESTACAM GOL DO BRASILEIRO

GOL DE BRASILEIRO ENTRE OS MELHORES DO ANO

Um gol espetacular, marcado pelo meia brasileiro Marcelinho Leite, do Xantia Skoda, foi a principal matéria da semana na Grécia, empolgandoos locutores gregos que o compararam ao de Maradona, na copa da 1986, e de Messi, recentemente, pelo Barcelona. Marcelinho ganhou as páginas de jornais importantes pelo mundo e sua obra foi mostrada para milhões de torcedores. O gol foi considerado um dos mais bonitos da temporada e será relacionado entre os que vão concorrer ao prêmio da Fifa. Conheça Marcelinho, que foi matéria aqui no nosso blog, no dia20 de janeiro, na estréia desse espaço.
Um jovem brasileiro vem se destacando no futebol da Grécia, depois de fazer grande partida contra o Olympiakos e receber elogios de Zico, na entrevista coletiva. Marcelinho Leite teve o contrato renovado de 2012 até 2014, com aumento salarial de 100%, depois que os dirigentes do Skoda Xhanti F.C. souberam do interesse de clubes grandes pelo meia,  criado nas categorias de base do Flamengo. Aos 22 anos e boa experiência internacional, parece ter chegado a hora de conquistar de vez o espaço que procura.
– Por tudo que aconteceu, posso classificar aquele jogo contra o Olympiakos o mais importante da minha vida. Entrei no segundo tempo e o time melhorou muito. Perdemos por 1×0 mas tivemos boas oportunidades para empatar e até vencer o jogo. Melhor que isso foi o elogio que recebi publicamente do Zico, na entrevista coletiva,  e do Edu, seu irmão, que acabou chamando a atenção dos dirigentes do meu time. Foi uma das melhores partidas da minha vida. Joguei muito naquele dia.
Marcelinho sabe que terá que matar um leão a cada jogo, depois dessa reviravolta em sua carreira. A garantia de um novo contrato, em boas condições, motivaram ainda mais o jovem meia.
– Tudo mudou depois que o Zico fez referências ao meu futebol. Ele é meu ídolo, um cara fantástico. Lembro que nos encontramos em campo e ele me cumprimentou pela atuação. Fiquei muito feliz e emocionado. Aquele gesto, próprio dele, me motivou muito. Quase não dormi depois do jogo. Acordei com outro astral. Sabia que tinha chegado a hora de mostrar meu futebol. Passei a trabalhar com mais disposição, para não decepcioná-lo. Lembrei dos vídeos que vi dele, passou um filme na minha cabeça.
Marcelo Leite Pereira marcou passagem pelo Kalamata, por empréstimo, terminando como destaque na última temporada do “Tempestade Negra”, como é conhecido. Há três anos na segunda divisão, o Kalamata estava despencando para  a terceira, quando Marcelinho entrou o time conseguiu a recuperação. Além do bom futebol terminou a temporada como artilheiro do time. A diretoria tentou renovar o empréstimo mas o Xanthi não concordou.
– Foi muito bom jogar a segunda divisão pelo Kalamata. Ganhei a experiência que precisava e amadureci. Foi um bom período para adaptação ao futebol grego. Tive uma contusão importante que atrapalhou bastante, mas recebi muito carinho dos torcedores, apoio dos dirigentes, foi muito legal. Na rua o pessoal me reconhecia, pedia autógrafo, isso marcou muito minha passagem pelo Kalamata. Fiz seis gols em 14 jogos, muito bom para a minha posição. Foi importante a entrada do técnico Matzurakis, que me deu confiança. Meus pais (Ricardo Leite Pereira e Beth) vieram passar férias comigo e me ajudaram muito também.
Mesmo com a pouca idade,  “Marcelinio”, como a imprensa grega escreve, tem boa experiência internacional. Jogar num grande clube da Europa é sonho de qualquer jogador. O carioca sabe disso pois passou uma temporada na Espanha, jogando ao lado de grandes craques.
– Tive uma experiência importante no Atlético de Madrid, indicado pelo ex-zagueiro Luiz Pereira,  mas não tinha experiência. Foi minha primeira saída de casa, isso afetou um pouco. Mesmo assim treinei ao lado de Kum Agüero, Max Rodriguez e Maniche, no meio-campo, Costinha, Perea e outras feras. Agüero é um jogador fantástico. É fácil jogar com ele, que me incentivou bastante. Mas não fui aproveitado pelo técnico Javier Aguirre. Não pude progredir.Chuster, que tinha saído do Real Madrid, pediu minha contratação quando eu estava no Getafe B.
Marcelinho voltou ao Brasil com a certeza de que tinha faltado alguma coisa. Só o tempo diria o que. Mesmo depois da experiência internacional não encontrou ambiente para desenvolver seu potencial por aqui.
– Fui emprestado ao Vitória para disputar a série C do campeonato brasileiro. Um novo centro, talvez as coisas dessem certo. Tive uma contusão séria e não deu para jogar. Não fosse o apoio da minha família, o incentivo dos amigos eu teria desistido. Fiquei apenas três meses em Salvador e voltei ao Rio, decepcionado. Em 2008 fui para o Ipatinga,  não tive chance de jogar e nem gosto de pensar nisso.  Fiquei alguns dias no Rio e apareceu o Xhanti na minha vida. Felizmente.
A renovação do contrato trouxe novo ânimo para o jovem meia brasileiro, que começou no Flamengo, aos 10 anos, e conquistou títulos em todas as categorias.Um período marcante em sua vida, com certeza. Deu-lhe experiência e base para enfrentar a difícil carreira de jogador de futebol.
– Sem dúvida, minha infância e parte da adolescência vivi no Flamengo, meu time de coração. Mas a vida segue. Hoje vivo meu melhor momento, mas sei que a estrada é longa. Preciso fazer muito ainda. Sou grato ao Zico, pelo incentivo, fora do meu país, e ao Luciano, ex-jogador do Olympiakos, que está na Grécia há 17 anos e me ajuda muito, dentro e fora de campo. Ele é ídolo por aqui e me fez crescer como jogador e como pessoa. Alem disso, a confiança do clube, o apoio dos dirigentes e torcedores são importantes. O time tem excelente estrutura, vivo bem, a família que me apóia de longe, penso que as coisas podem melhorar.

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