Devagar com o andor

Com raras exceções, o futebol brasileiro está muito chato. Fico a vontade para escrever isso porque venho repetindo esse comentário há muitos anos, mesmo depois dos 7×1 em 2014, que parecia ser o divisor de águas por essas bandas do Mercosul. Foi alarme falso, engano. Golpe, diriam alguns que andam chorando pelas esquinas. A seleção é chata, os árbitros são chatos e as transmissões pela TV insuportáveis. Nem os jogadores que atuam no exterior estão livres da ridícula campanha da mídia para transformar promessa em craque. Querem Vinicius Junior como maior jogador de todos os tempos. Lamento por Pelé, prestes a perder a coroa para a “joia” revelada pelo Flamengo, vendida a peso de ouro para Madrid. Inexplicável, mas real, eu não queria esse trocadilho mas saiu. O menino tem somente 18 anos, está buscando vaga no maior clube do planeta, tem se esforçado para ganhar espaço todavia o futebol praticado hoje dá somente para o time Castilla ou alguns minutos entre as feras. A ânsia dos coleguinhas é maior que a do jogador. Estão forçando a barra demais, não sei com que interesse. É natural que se valorize o produto jogo, custa caro, patrocinadores são exigentes, mas não dá para extrapolar, como andam fazendo. Deixa o menino jogar a bolinha dele, se divertir, faz parte da idade. Como se estivesse jogando uma pelada em São Gonçalo, onde apareceu para o futebol com alegria, sem pressão, ludicamente. Vinicius tem muito que aprender como jogador e cidadão. Parece ser um bom menino, esforçado, bom berço, disposto a aprender, tenho dele essa impressão. Torço muito por seu sucesso, gostaria de vê-lo tabelando com Bale e Benzema, trocando passes com Kroos e Modric, levando a 14ª “Orelhuda” ao lado de Sergio Ramos, o grande capitão. Não será fácil, sei disso, mas acredito que possa acontecer. Vamos deixar o menino jogar, rapaziada, sem forçar barra, sem ufanismo, nacionalismo barato, ou teremos que assistir um novo Vitinho.

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