CRISE PODE AFETAR FUTEBOL ESPANHOL

Como um país com a crise financeira que atravessa pode ter o clube mais rico do mundo e um dos mais importantes campeonatos da Europa ? A pergunta foi feita aqui no blog ao espanhol Arturo Vila, que respondeu com uma frase tão simples quanto realista: “Não existe crise no futebol espanhol”. Isso define o excelente momento que vive, por exemplo, o Real Madrid, responsável por três das cinco contratações mais caras do futebol mundial, capaz de montar um time de galácticos e sobreviver à maior crise econômica da história. 

Faltando três rodadas para o encerramento da Liga das Estrelas, com o time de Tito Vilanova  ganhando o terceiro título seguido, os clubes espanhóis se preparam para a temporada 2013-2014. Os dois gigantes Real Madrid e Barcelona estão negociando suas cotas de televisão e – como sempre acontece – o impasse está criado, diante da proposta apresentada pelos dois clubes. “Os direitos televisivos são vendidos coletivamente”, declara Javier Tebas, presidente da Federação Espanhola de Futebol, diante do novo empasse. O contrato envolve os jogos da Liga e da Champions.

Na verdade não é bem assim. Real Madrid  e Barcelona negociam separadamente seus contratos, que desta vez chega a 136 milhões de euros, por temporada. E não vão baixar nem um euro. Pega ou larga. E o argumento é simples. Mesmo em tempos de crise a venda de Pay Per View aumentou sensivelmente e os clubes querem, naturalmente, tirar proveito disso. A economia dos clubes é baseada em direitos televisivos. Os clubes estarão reunidos para discutir o assunto, mas fica evidente que a Federação (deveria ser assim com a CBF) participa, tentando conciliar o acordo.

Um otimista Tebas defende o futuro da televisão por assinatura, uma fonte de renda importante para os grandes clubes europeus, particularmente os espanhóis, que sofrem com a grande crise econômica que afeta todos os setores do país. “Há sinais claros de que a televisão por assinatura cresce em tempos de crise e a Espanha não é das mais caras, comparando com outros países” o problema a ser enfrentado é a pirataria on line, estimulada pela crise econômica, de conhecimento da Federação Espanhola que nada pode fazer por tratar-se de espera criminal, por conta da polícia.

Entretanto, há um estudo na entidade a ser levado às autoridades, paralelamente à campanha de conscientização dos torcedores, no sentido de desenvolver uma lei para proibir essa prática. Enquanto isso a Federação continua trabalhando para que os clubes não sejam prejudicados no cumprimento de seus contratos, mesmo admitindo que o modelo de distribuição de rendas em PPV não é a melhor forma para todos os clubes e o futebol espanhol. Muito bom para os dois grandes de Madrid e Barcelona, mas não agrada aos clubes de menor investimento e grandes despesas. Javier Tebas assumiu a presidência da Federação Espanhola em 26 de abril e tem se empenhado em atender aos filiados.

Há previsão de novas dificuldades para a próxima temporada, segundo dados apresentados pelo presidente Tebas: “Estamos trabalhando com a possibilidade de um queda em torno de 10% para os próximos doze meses (a temporada européia é disputada entre junho de um ano a maio do ano seguinte), com exceção de Madrid e Barcelona, os únicos que podem suportar as oscilações da crise, que têm muitos torcedores e podem fazer frente às despesas. Há uma grande lista de espera para assinaturas desses grande clubes”.

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