BORUSSIA GOLEIA E PODE FAZER UMA FINAL ALEMÃ

Bayern e Borussia confirmaram o grande momento que vive o futebol alemão, sustentando o que dissera Paul Breitner em entrevista ao programa Bola da Vez, há quinze dias na ESPN. Contra os considerados melhores times da Europa, em menos de 24 horas foram duas históricas goleadas somando 8 x 1 dos alemães contra os times espanhóis. Até os mais otimistas torcedores do Real Madrid e Barcelona acreditam numa remontada (virada), como eles costumam dizer.

Depois dos 4×0 impostos pelo Bayern sobre o Barcelona, vitória até contestada por três erros cometidos pela arbitragem, desta vez não houve discussão sobre a goleada do Borussia Dortmund sobre o Real Madrid por 4×1, em noite da gala do atacante polonês Lewandowski, autor de todos os gols do time alemão, estabelecendo um recorde na Champions, nas semifinais. 

Aos 8 minutos o goleador da noite fez 1×0, um prenúncio de muitos gols. O Real Madrid chegou a equilibrar a partida, trocando passes e esfriando o Borussia, que jogava com muito entusiasmo, velocidade e paciência, reconhecendo e sabendo do seu potencial para retomar o domínio da partida. Mas o Real tem Cristiano Ronaldo, que marcou seu 12º gol em 11 partidas, ao receber passe de Higuaín, depois de retomar uma bola perdida pela zaga alemã.

Foi o único momento do jogo em que o Borussia foi dominado. Mourinho pediu calma e o time se acertou e manteve o empate até o fim do primeiro tempo. Resultado excelente para quem faz um gol fora. Mas o Real Madrid tem o péssimo hábito de se acomodar no início dos dois tempos. Os alemães sentiram isso e foram para dentro do time de Mourinho e aos 10 minutos Lewandowski havia marcado dois gols, liquidando a partida.

Se os alemães buscavam a goleada para definir passagem para a final contra o rival de Munique e aceleravam o jogo, os de Mourinho mostravam-se apáticos, como se não estivessem jogando sua sorte em busca da décima “orelhuda”, como é conhecida a taça que o campeão recebe ao final da Champions. Diego López foi batido em quatro gols, porém sem culpa em nenhum deles. Outros jogadores ficaram devendo ao torcedor, e muito.

O Real perdeu o jogo no meio de campo, uma coisa que ficou bem clara durante a partida o técnico Klopp montou um esquema para neutralizar as jogadas de Xabi Alonso, que inicia todas as ações ofensivas dos merengues. Götze não deixou o volante jogar. Khedira esteve perdido, mesmo jogando em casa, e ficou a dar chutões em todas as bolas divididas. Özil, que tem boa técnica, viu o jogo dentro de campo. É incapaz de levantar um time em desvantagem. Aparece muito nas vitórias, mas quando o grupo precisa dele some e nada faz. Perdido na direita, sobrecarregava Modric e não servia os atacantes. Callejón teria feito melhor, pelo menos não se esconde, busca o jogo. 

Pepe atabalhoado e sem controle emocional, duas de suas características, sobrecarregavam o jovem Varane, esse sim, digno de vestir a camisa do Real, por todos os motivos que se buscar. Coentrão foi o melhor da zaga, Modric correu, buscou espaços mas, claro, cansou. É um grande jogador. Higuain esteve bem no lance do gol e salvou outro. Mais nada. Cristiano, bom, esse é um monstro, mesmo jogando menos e sendo goleado. Não se entrega nunca. Vale o preço que foi pago por ele.

Incontestável a vitória do Borussia, que vai a Madrid com uma estupenda vantagem. O nome do jogo, da noite, que acaba de escrever seu nome na história da Liga dos Campeões, Lewandowski, óbvio. Impecável matador, frio, certeiro, inspirado. Pode ter eliminado o Real Madrid numa noite e marcado definitivamente seu nome na história do time de Dortmundo, que ainda deve estar a festejar a essa hora. Merecidamente.

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