BBB FLAMENGO

Só vai sobrar essa torcida fantástica. Foto site www.mengourubu.blogspot.com

Eu tinha 14 anos quando consegui meu primeiro emprego com carteira assinada, num armarinho muito simpático. Ficava na Av. Ataulfo de Paiva, 1280, Casa Madame Amaral. Os donos, seu Pacheco e seu Souza, dois portugueses sensacionais, vascaínos, claro, foram os patrões que qualquer empregado gostaria de ter, principalmente começando a vida, ganhando os primeiros 200 dinheiros da época, que eram entregues a D. Lourdes, que sabia, muito melhor que eu, como aplicá-lo. Uns trocados para gastar a gente conseguia varrendo o lotação do “Marta Rocha”,  outro português, que só pegava mulher, nos pontos. Homem não entrava. Quem morou no Leblon sabe disso. Fazia a linha Estrada de Ferro-Leblon. 

Junta daqui, cata dali, vou explicar por que dei essa volta toda à minha infância. Fiz uma poupança, se não estou enganado em 1962, e comprei um título do Flamengo, vendido pela Santa Paula Melhoramentos. Era um título de sócio não sei o que. Minha primeira aplicação foi essa. Dito isso, só para refrescar, fui sócio até 1989, quando pedi para não pagar mais a taxa de manutenção já que ia passar – pelo menos estava no contrato – dois anos na Arábia Saudita, trabalhando no Whida, de Meca, como preparador do time que era treinado por Jairzinho. 

Contando, claro os oito anos que “cobri” o Flamengo para as rádios Tupi e Globo, nos anos 1980, da maior geração já formada na história do clube, viajando e freqüentando a Gávea sete dias da semana, 365 dias do ano, devo conhecer alguma coisa do mais popular clube desse país. Somando a isso, que tal passar um ano na assessoria do time, viajando, passando mais tempo no emprego que em casa, vendo tudo que é possível e impossível ? Dá para conhecer alguma coisa, não ? 

Então, não encham o meu saco – desculpe amigo blogueiro – esses caras que não tem o que fazer e ficam mandando e-mails se achando donos do clube, defensores dos anarquistas de plantão que andam – há muitos anos – tentando vender o clube para qualquer brechó que aparecer. Li e me revoltei a ponto de pensar em escrever esse artigo, que o Flamengo estava sendo comparado ao que chamam de programa o tal BBB, de uma inutilidade de assombrar o Zé do Caixão nos áureos tempos. Pensei: é o apocalipse. 

Na mesma semana surge a notícia do envolvimento do Ronaldinho Gaucho com uma mulher – menos mal – na concentração do time. O que foi feito, naquele momento ? Nada, absolutamente nada. Abafaram, como fazem com dezenas de outros casos, menores ou maiores que esse, mas a imprensa, que não sabe 10% do que se passa nos bastidores de um time de futebol, não noticiou. Não sabe porque não sabe mesmo, não é uma crítica ao pessoal que cobre o clube, que fique claro. É que eles abafam mesmo. 

Isso com um técnico/manager, supervisor, diretor de não sei o que, gerente disso e daquilo, administrador e uma dezena de aspones que ficam mamando nas tetas do clube. O que deveriam ter feito ? Uma reunião com a comissão técnica, jogadores, chamar o funcionário Sergio Helt, que trata das passagens e mandar Ronaldinho Gaucho de volta, no primeiro avião. É assim que as coisas deveriam funcionar e funcionam em qualquer empresa séria. O que não é o caso do Flamengo.

Lamento dizer, amigo rubro-negro. O fim está próximo. Não sei de que, mas está. Só vai sobrar a torcida porque essa elas não conseguem vender. Do jeito que as coisas andam, sem falar no ridículo desfecho do caso Thiago Neves, na humilhação que o clube está passando – quase esmolando – para trazer Vagner Love é de fazer chorar. Dinheiro não é problema, há sempre uma solução. Basta recorrer ao BBB que cobre qualquer rombo na conta bancária do clube mais popular do país. E com edredon. 

One thought on “BBB FLAMENGO

  1. Iata, acompanho você há mais de 30 anos quando você começou a ser chamado na Rádio Globo de “Amigo do Rei”. Concordo que o Fla é uma bagunça mas o Brasil não é a Espanha, a América do Sul tampouco é a Europa. Já imaginou o Real Madrid subindo os Alpes em 17 carros particulares para fazer um jogo a 4.200 m de altitude? Seria normal como está sendo agora com o Flamengo? Tudo no Mais Querido tem uma repercussão mill vezes maior. Ou será que o Romário virou padre quando jogou no Flu e no Vasco? Só lembram da briga do Luxemburgo com ele em 95. O que a maioria dos torcedores do Arco-Íris quer (e a Imprensa ajuda muito) é o Flamengo sem Luxemburgo(com Renato Gaúcho de preferência ) e sem Ronaldinho, com Deivid, Diogo, Borja, Itamar, Wanderley e outrros menos votados. Vamos superar tudo, passar pelo time da montanha e fazer bonito na Libertadores, apesar da campanha sórdida de alguns setores, principalmente a “Bancada Vascaína” de determinadas rádios. Um abraço, Fernando Roberto de Petrópolis.

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