A arte e a história dos sambas de enredo

Samba de Enredo

Dois especialistas e apaixonados pelo samba fazem um mergulho no que consideram o único gênero épico genuinamente brasileiro

Samba de enredo: história e arte
Editora Civilização Brasileira
Alberto Mussa e Luiz Antonio Simas
238 páginas
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 34,90
Música / Samba / Carnaval / História

Lançamento
Dia 03-02-10, quarta-feira, 18 horas
Al Farabi Sebo Arte-Café-Restaurante
Rua do Rosário, 30/32 – Centro
Tel.  (21) 2233-0879

O tom poético e a originalidade são elementos essenciais em um bom samba de enredo. Com muitos carnavais nas costas e conhecedores desta máxima, Alberto Mussa e Luiz Antonio Simas mergulharam no universo do Carnaval e agora apresentam o livro Samba de enredo: história e arte. Pela primeira vez o surgimento do gênero é tratado como um processo histórico.

Depois de ouvirem 1.324 sambas de enredo, a dupla de bambas reuniu o que há de mais relevante e curioso sobre este que é o único gênero épico genuinamente brasileiro. As origens, os fatores determinantes, as curiosidades e muitos personagens são revelados no livro. Os autores ainda apontam para uma crise do gênero iniciada no fim dos anos de 1980.

“A bibliografia do carnaval carioca, e em particular das escolas de samba, se enriquece com a chegada desta obra, que exala os odores da criação, festeja autores e intérpretes e nos apresenta um painel de extrema importância, desvendando observações que, para muitos, passam despercebidas”, avalia o escritor e ator Haroldo Costa, autor da orelha do livro.

Mussa e Simas revelam fatos que justificam o respeito e até mesmo a reverência do mundo do samba a escolas como Mangueira, Portela e Unidos da Tijuca. Segundo os autores, elas foram as primeiras a se organizarem em forma de escolas de samba e são apontadas por muitos estudiosos como precursoras do samba de enredo. Já o Salgueiro aparece como precursor na escolha de temas afros em seus enredos. Além destas, todas as outras escolas aparecem no livro com suas contribuições para o Carnaval.

Os autores indicam como a evolução gênero foi fortemente influenciada pela história social, cultural e política do Rio de Janeiro e do Brasil: a manifestação do morro, a malandragem carioca, a Era Vargas e a Ditadura Militar, entre outros fatores pautaram as decisões das escolas de samba na escolha dos enredos.

A origem da recorrente exaltação da cultura nacional nos sambas de enredo é revelada pelos autores. Eles explicam que a escolha de temas ligados à brasilidade, hoje já consagrados nos desfiles, foi tomada como compromisso pelas primeiras escolas de samba. A primeira instituição que unia as agremiações: a União das Escolas de Samba, criada em 1934, determinou essa diretriz, como uma forma de ganhar a simpatia do governo.

Outra curiosidade apresentada é que nos primeiros desfiles, o samba ainda não necessitava estar necessariamente atrelado ao enredo proposto e os desfiles deveriam durar, no máximo, 15 minutos. Os autores ainda mostram a importância do verso, da rima e da melodia na criação das músicas. Como amantes deste gênero que arrasta multidões, Mussa e Simas recomendam: “Leiam o livro cantando”!

Alberto Mussa nasceu no Rio de Janeiro, em 1961, e é Salgueiro. Estreou na ficção em 1997, com os contos de Elegbara, a que se seguiram os romances O trono da rainha Jinga, O enigma de Qaf e O movimento pendular. Traduziu, diretamente do árabe, a coletânea de poesia pré-islâmica denominada Os poemas suspensos; e recriou a mitologia dos antigos tupinambá em Meu destino é ser onça. Além de publicada em Portugal, sua obra está traduzida em inglês, francês, espanhol e italiano; e mereceu prêmios como o Casa de Las Américas, o Machado de Assis, da Biblioteca Nacional, e o da APCA, por duas vezes.

Luiz Antonio Simas nasceu no dia de finados de 1967 e é Império Serrano.É mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio. É considerado um dos profissionais mais importantes do Rio de Janeiro em sua área de atuação. Publicou em parceria com o caricaturista Cássio Loredano, o livro O vidente míope, sobre o desenhista carioca J. Carlos, indicado pela Revista de História da Biblioteca Nacional como uma das publicações mais relevantes da área no ano de 2007. Desenvolve pesquisas sobre a cultura popular carioca, mais especificamente nos campos do futebol e da música popular. Foi o responsável
pela pesquisa da exposição Todas as Copas, evento realizado no Brasil e nos Estados Unidos durante a Copa do Mundo de 1994. Seu trabalho foi considerado pela FIFA como um dos mais completos levantamentos já realizados sobre a história dos mundiais de futebol. É atualmente consultor da área de carnaval do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.

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