LEMBRANCINHA DO ADEUS

Um bar, amigos conversando nas calçados, alguns na rua, mesas improvisadas e a camisa 50 do Flamengo vestida. Julio Ludemir estava mais que à vontade para comemorar o relançamento do seu livro preferido,“Lembrancinhas do adeus”, e o 50º aniversário. Havia em seu rosto uma indisfarçável alegria, um misto de prazer e preocupação em dividir o tempo com todos.

Nascido no Rio, criado em Olinda, Pernambuco,  Julio Bernardo Ludemir voltou ao Rio em 1979 e iniciou a busca por um lugar onde se sentisse bem, a vontade para escrever, levar sua vida normalmente. Frequentou morros, bares, praias e escreveu “No Coração do Comando” e “Sorria, Você está na Rocinha”, que lhe custou muitos aborrecimentos, antes de “Lembrancinhas”.

“Lembrancinhas do adeus ia ser um romance-reportagem em torno da vida de Lambreta, bandido que Julio Ludemir conheceu enquanto fazia uma pesquisa sobre o Terceiro Comando – uma das três facções criminosas do Rio de Janeiro. O autor encantou-se com suas histórias, que ouviu com o mesmo fascínio do personagem Lembrancinha em longas entrevistas no barraco do bandido no coração da Vila Vintém, na remota Zona Oeste.


Tornou-se uma ficção quando o autor foi checar as informações de sua fonte, como manda o bom jornalismo. Descobriu pelo menos duas coisas que mudariam o conceito do livro: Lambreta era uma espécie de Forrest Gump carioca, que se incluía nos eventos mais marcantes da recente história do crime organizado; mais importante: a mentira é uma das mercadorias mais vendidas na bocas da cidade”

Uma noite super agradável. Conheci o escritor a quem muito admiro, desde que li “O Bandido da Chacrete”, livro/reportagem que conta a história de Paulo Cesar, editado pela Record, em 2007. PC é um dos fundadores do Comando Vermelho e vive em algum lugar desse Rio da Copa do Mundo. O presidio da Ilha Grande é detalhadamente mostrado em suas entranhas, em belíssimo trabalho feito por Julio. Imperdível.

5 thoughts on “LEMBRANCINHA DO ADEUS

  1. Um grande autor se mostra principalmente nas suas belas histórias… veja o exemplo do “Lambreta” que por sinal, rendeu um belo livro… nossas histórias , as verídicas e as ficcioonais, são as nossas maiores fontes de inspiração para tudo na vida!! Esse ilustre filho do Rio por opção e quem sabe, vocação, nos brinda certamente com mais um pérola literária!!

  2. um livro impoetantíssímo para o jornalismo/literatura brasileira,que chega para desvelar um período da nossa história,mais especificamente do RIO,e seu sub-mundo.do crime, da polcia, do sistema penal….além de ser poeticamente foda!!!

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