SOBRINHO DE GERALDO ENFRENTA SELEÇÃO DE DUNGA

Foto: Pintinho e Bruno Alves

Para um jogador da seleção portuguesa, enfrentar o time de Dunga é mais que uma partida de copa do mundo. Nascido em Póvoa de Varzim, o zagueiro Bruno Alves representa uma família de jogadores, que teve em seu tio Geraldo a maior referência. Contemporâneo de Zico, no time juvenil do Flamengo, morreu aos 22 anos, durante uma cirurgia para extração das amígdalas, em 1976. Apontado como uma das maiores revelações dos rubro-negros era considerado presença garantida no mundial de 1978, na Argentina. Geraldo morreu dois anos antes e deixou um grande vazio no futebol brasileiro.

Filho de Washington, ex-zagueiro do Flamengo, Bruno Alves não viu o tio jogar pela seleção brasileira, em sete partidas, nem memoráveis atuações que fez com a camisa rubro-negra. Foi um craque excepcional, que praticava um futebol de rara qualidade técnica. Jogava totalmente descontraído, driblava com facilidade e conversava com os repórteres atrás do gol, enquanto resolvia os problemas em campo. Várias vezes o vi assobiando, fazendo sinal  positivo com o polegar, enquanto jogava. Lancei, no ar, o apelido de “assobiador”, quando trabalhava na rádio Tupi, durante um jogo no Maracanã.

O zagueiro do Porto, camisa 2 da seleção portuguesa, faz parte de uma família de jogadores, que vem desde o avô, Osvaldo, falecido aos 97 anos, em janeiro. Jogou no Siderúrgica, onde foi campeão mineiro, em 1937. Seu pai, Washington, atuou pelo Flamengo antes de se mudar para Portugal – onde defendeu o Espinho, Varzim, Rio Ave e Lourosa. Seus tios Geraldo, Lincoln, Wilson e Júlio César – jogaram em equipes profissionais do Brasil. Geraldo foi o que mais se destacou e chegou a ser apontado como provável titular da seleção brasileira.

Foto: Pintinho, Bruno Alves e o tio Wilson

Jogador de classe refinada, fazia jogadas maravilhosas com Zico, que fora do campo também era um dos seus melhores amigos. Outro inseparável companheiro era o meia Carlos Alberto Pintinho, do Fluminense, com quem atuou pela seleção brasileira, além do zagueiro Fred, do Flamengo, e Paulo Cezar Caju, que moravam no Leblon, onde Geraldo frequentava sua casa com frequência. Nas férias atuava pelo Columbia, time de futebol de praia, que reunia jogadores profissionais no verão.

Outro Geraldo, irmão de Bruno Alves, também zagueiro de área, jogou no Benfica e há três temporadas joga no AEK de Atenas. O zagueiro do Porto viveu em Barão de Cocais dos seis aos sete anos e nunca mais retornou à cidade mineira. Esteve no Brasil em 2008, quando a seleção portuguesa foi goleada por 6 x 2, em Brasilia, partida amistosa.

6 thoughts on “SOBRINHO DE GERALDO ENFRENTA SELEÇÃO DE DUNGA

  1. Caríssimos,
    O meu muito obrigado por terem publicado esta matéria com o meu sobrinho Bruno Alves, pois de facto ele representa a mistura de raças e cultura de dois povos irmanamente ligados e entrelaçados, a grande nação luso-brasileira, além de dar continuidade ao legado iniciado pelo pelo querido e saudoso sogro Osvaldo Rodrigues Alves, passando pelos seus filhos e meus cunhados. A geração seguinte já esta assegurada pois o filho varão do BA ja esta a dar os primeiros passos na bola (ainda não completou o 1º ano, mas promete… fica a minha aposta pessoal).
    Cordiais saudações,
    Fraternalmente,
    Ailton Santos, eng.’.

  2. passo aqui para deixar o meu também agradecimento pelo post, sou Filho de Lincoln Dias Alves, também ex-jogador e primo de Bruno. É muito bom ver o legado da família sendo retratado. ainda temos vindo por aí Geraldo e Júlio Cezar irmão de Bruno.

  3. Lincoln Junior , seu pai fez sucesso aqui em Goiania , jogou alguns anos no meu querido VILA NOVA-GO e é lembrado com carinho pelos colorados , boa sorte pra vc!

  4. Tenho 38 anos, sou natural da cidade onde nasceram os craques da família Alves. Em pequeno tive a enorme felicidade de poder assistir a muitas partidas de futebol do pai Washington, quendo ele actuava pelo meu Varzim. Estávamos nos anos 80. Ele (o pai) era um homem sério, daqueles que impunha respeito no gramado ou fora dele, mas tinha um coração de manteiga. Recordo de uma vez aí por 1980, tinha eu uns 7 anos e enquanto assistia a um jogo de reservas no pelado com outro moleque da minha idade, fomos pegados por uma chuva torrencial que se abateu sobre o velho campo de treinos…um dilúvio. Foi então que uma voz grossa uns degraus acima nos chamou para nos abrigarmos no guarda chuvas dele…quem foi esse homem? Precisamente o Washington! Um gesto de humildade e humanidade que jamais esquecerei. Quando apelidavam o Bruno de violento, eu sempre lembrava aquele gesto do seu pai…pensando para comigo: como é que alguém, filho daquele senhor, poderia ser violento?! É certo que terá errado algumas vezes (quem nunca errou) mas o futebol não é pra mulher. Além do Bruno, tem outros dois irmãos: o Geraldo que também actuou em bons times, e mais recentemente há o benjamim da família a ter em conta o Júlio que foi contratado pelo Atlético de Madrid. Que sejam todos felizes nas suas carreiras e vidas pessoais e nunca esqueçam o clube que os viu nascer para o Futebol . o nosso Varzim Sport Club! Saudações desde a Póvoa de Varzim.
    E obrigado Washington. Foi uma atitude que me fez compreender que por vezes a nossa aparência é uma carapaça, pois por de trás de um homem firme, estava um coração doce.

  5. FOI UM PRIVILEGIO LER ESSA MATERIA…ME LEMBRO DO GERALDO, FOI UM CHOKE! EU ERA FLAMENGISTA , EU E MINHA FAMILIA NUNCA ESQUEÇEMOS…ELE E ZICO QUE DUPLA MARAVILHOSA!!!!! EU NÃO MORO NO BRAZIL HÁ 35 ANOS, MAIS MEU IDOLOS AINDA SÃO OS MESMO!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *