ADEUS ANO VELHO

Não é hora de falar dele, mas de refletir sobre o que aconteceu nos últimos 365 dias. A história contará melhor porque é fria, cruel, inclemente. Vivemos e contamos a nossa história, medimos, pesamos e avaliamos o chamado “ano velho”, injustamente, pois tem apenas um dia de vida. Para que tudo isso aconteça é preciso haver “réveillon” festa universal que comemora a passagem de ano em alguns países. Nele estão reunidos centenas de valores – nenhum discutível – por isso são valores, tem um peso para cada avaliador. Pesados os prós e contras estabelecemos o que fazer e ninguém muda.

Com a natural dispersão através do tempo, a família espalhou-se, um processo natural da evolução. Fiquei por aqui, me adaptei aos novos tempos, mantive-me fiel aos conceitos morais e não abro diálogo, sequer. Tornei-me uma espécie de “Dersu Uzala”, magnifica interpretação de Maksim Munzuk – mesmo muito distante do original criado pelo gênio Akira Kurosawa. Na verdade uma fantasia – ando vendo muitas historinhas de musicais, príncipes e sapinhos das minhas sobrinhas/netas, onde se prioriza o valor moral – acertadamente – enquanto o tempo passa. E nada melhor que uma rede para ajudar. Eis que ouço um estouro, uma nuvem de fumaça e um cidadão com uma pasta de couro, onde se lia “Lapidário”, senta-se à minha frente, quando eu ia fazer a foto com a Tia Anita, próximo da meia-noite, fala ligeiro e nervoso Senhor, isto é um diamante azul, transformado em gente por uma bruxa em Damam e vim busca-lo, a mando do príncipe Rubbi-Al- Khalli”.

Rapidamente abriu a mala 007, mostrou-me um cheque assinado pelo descendente do trono, em branco. Perguntei se queria um café, pediu “Chai”, aquela coisa horrorosa que eles bebem a noite toda. Não tinha, nem seria servido. Tentei meu advogado Renato Darlan, ocupado com o Nico, não podia atender, Siro Danlan cheio de netas em cima dele, Carlo Oliveira, conceituado advogado internacional em Nova Iorque, padrinho de casamento, dia 31 de dezembro, às
22 horas (bem americano). Departamento Jurídico todo ocupado. E se eu estivesse preso por excesso de velocidade (era 10km/k passei a 10.03/km/h), teria que dormir na cela com Cerveró. Mas estava solto e a questão resolvida desde que a fumaça apareceu. O sr. Mohamad Abaykan Mansur Abdala Mansur Abaikan (assim mesmo): “Senhor, meu príncipe mandou preencher quantos algarismos quiser, até as centenas e quantos zeros desejar, à direita”.

O dinheiro estará no mesmo banco de alguns dirigentes de clubes cariocas (parece que falou no singular) e do pessoal, da Fifa. Nada mudaria a história que termina quando começa. Tia Anita é um diamante, sim, desde que que nasceu. Nunca foi lapidado. Mas não tempo preço.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *