O TORCEDOR APROVA O NOVO MARACA

 
 
Voltei ao Maracanã, trabalhando, no jogo do Vasco contra o Fluminense, semana passada, na verdade o primeiro evento oficial, com clubes. Tudo mudado, diferente daqueles jogos da seleção, pela Copa das Confederações. É difícil, mas o torcedor precisa entender que o estádio não está pronto, foi feito às pressas para atender a uma agenda mal feita. A correria, portanto, foi inevitável. o Maraca não está pronto, concluído. Não era para ser assim, mas é. Sei que é complicado aceitar certas coisas mas não há saída, vamos engolir sapos mais uma vez. 
 
Na verdade, o estádio foi reinaugurado com uma grande festa no domingo seguinte,quando a inigualável (a bem da verdade, sem querer agradar) torcida do Flamengo fez a grande festa, lotando seu setor, lado esquerdo das cabines. Está indo tudo muito bem, o estádio – por favor, nada de arena – está belíssimo, confortável, acessível, seguro, tudo muito lindo. Mas ainda falta muita coisa, como pôr os ambulantes em lugares que não atrapalhem a visão, distribuir melhor esse pessoal, ou permitir que os torcedores levem lanches, já que é impossível, para quem trabalha, ficar cinco, seis horas sem água ou o que comer. 
 
 
Um quilo de salsicha de boa marca custa 6,84 e um cachorro quente 8,00. Batatas Ruffles, um pacotinho sem vergonha, que deveria ter umas quinze, 7,00. Querem que a gente pague o aluguel do estádios assim ?  É um absurdo, caso de reclamação nos órgãos competentes, o que estão cobrando em todos os setores do estádio. Salgadinhos 6,00, água 3,00 pipoca 8,00 (média) e 10,00 (grande). Quem pode ver isso, reclamar com quem, se o Papa já foi embora ?
 
As cabines de rádio e televisão ainda não estão prontas exceção das que servem às empresas que têm direito de transmissão, que estão em verdadeiros “palácios” e outras, como Tupi e Nacional, muito bem instaladas, com bastante espaço. Nada contra, elas merecem ter um espaço especial. As demais, da capital, do interior e de outros estados, entretanto,  ficam espalhada em bancadas, no mesmo nível, sem privacidade, razoáveis condições de trabalho, expostas ao frio ou calor. Como alegam que ainda não está pronto aquele setor, vamos aguardar um tempo.
 
O atendimento da ACERJ (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado do Rio de Janeiro) é impecável. Desde o credenciamento até a as informações sobre o jogo, em tempo real, com escalações, scout do primeiro tempo e outros detalhes do jogo são distribuídos sempre que necessário. O espaço está sendo ocupado exclusivamente por profissionais, sem caronas, como deveria ser. Um ganho em favor de quem vai trabalhar, mas o Consórcio precisa  disponibilizar uma cantina com urgência. Há gente que vem de longe, sem tempo para almoçar e não tem o que comer ou beber. 
 
O maior problema que o torcedor tem enfrentado é o estacionamento. Três horas antes de cada jogo não há mais vagas próximo ao estádio. Os flanelinhas continuam atuando livremente. Impressionante como o poder público se omite (?) com relação a essa praga que está em todos os lugares. Será mesmo omissão, fica a dúvida.  As calçadas de acesso às bilheterias e portões de entrada deram um ar de pracinha de bairro, onde as pessoas de movimentam com tranquilidade, com grande número – nunca visto – de mulheres em grupos, moças desacompanhadas e crianças com seus país, todos caminhando despreocupados. 
 
Dentro do Maracanã, um novo público, com modos antigos, porém mais recatados. O medo de invasão de campo parece totalmente descartado e a segurança no gramado muito bem feita. Aos poucos, novos hábitos vão surgindo, como esperança de mudança no comportamento do torcedor, lembrando o que ocorre no metrô, onde as pessoas tem um perfil diferente dos antigos predadores. Os preços mais altos, se pode afastar um percentual de presença, por outro tem a vantagem de fazer uma seleção, sem elitizar, com alguns insistem em rotular o novo modelo de gestão.
 
Depois de receber as quatro grandes torcidas do estado, o novo Maracanã está aprovado. Embora com comportamentos distintos, torcedores de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco deram o recado, o estádio aprovou. Coincidentemente, porque sempre escrevo em ordem alfabética, também foi nessa ordem a frequência das torcidas. Os tricolores superaram os vascaínos e até apresentaram um belíssimo mosaico, mesmo tendo “trocado” de posição com relação ao antigo Maraca e os rubro-negros dobraram o público botafoguense, lotando a parte que lhe cabia, historicamente ao lado esquerdo das tribunas. E deram o show de sempre.
 

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