A GRANDE FINAL

Provavelmente esta será a final mais previsível de uma competição internacional, nas últimas, sei lá quantas, décadas. Por razões elementares, caro leitor. Dava, de cara, para descartar Nigéria, Japão, México e Taiti, esse time uma brincadeira de mau gosto, ou alguma composição do Sr. Blatter, que veio ao Brasil achando-se o rei da cocada preta. Na verdade não é nem da branca e não sei como se sustenta tanto tempo no cargo. Mas tenho certeza que o voto taitiano tem direção certa.

Na verdade, essa copa das confederações – ou das manifestações com está sendo chamada e fica muito bem – foi disputada por Brasil, Espanha, Itália e Uruguai, não necessariamente nessa ordem, a não ser o último lugar. Nunca acreditei que o Uruguai pudesse assustar a ninguém. Venceu quem deveria (Nigéria e Taiti) e perdeu para quem deveria (Espanha). Não tinha como não passar de fase.

A seleção do Felipão também fez o dever de casa, vencendo seus adversários (México, Japão e Itália) com vantagem de dois gols ou mais. Passou pelo Uruguai, que fez uma boa partida, dentro dos seus limites, e ficou à espera de Itália ou Espanha. Em qualquer circunstância os italianos são sempre muito perigosos. Incrível como um país tão pequeno produz tantos jogadores de altíssimo nível. Não por acaso, ganharam quatro copas.

Veio a final previsível, já disse, mas totalmente em aberto. Não dá para arriscar palpite, pelos menos da minha parte, que não me arrisco a apontar placar ou vencedor de clássicos, muito menos um Brasil x Espanha, na atual situação. São dois times com situações distintas, embora alguns detalhes possam favorecer a seleção brasileira, visto que a Espanha sofreu um desgaste muito grande com a prorrogação duríssima contra a Itália, um dia depois da classificação do Brasil.

Se Felipão está montando seu time, buscando a forma ideal para cada jogador, cada setor, para chegar ao conjunto ideal, e isso acaba pesando numa decisão, Vicente Del Bosque terá somente que por seus jogadores em recuperação física, descanso e mais nada, com o tempo jogando contra. A seu favor o fato de dirigir a melhor seleção do mundo, que vai disputar sua quinta final em que venceu três, sendo uma delas a última copa do mundo.

A seleção de Thiago Silva terá a seu favor o fator campo, torcida toda a favor, um time em formação mas muito disciplinado taticamente, mas será impossível não pensar na copa de 1950, primeira grande competição perdida no Maracanã antigo. Uma nova história começa a ser escrita, como em 50, embora isso não possa, necessariamente, influir no desempenho dos jogadores. O chamado “friozinho na barriga” será sentido,também, pelos espanhóis. A seu favor, a frieza de seus craques, principalmente Casillas, Xavi e Iniesta.

Enfim, uma final previsível, pelos dois times classificados, sem prognóstico. Foram as duas melhores seleções, bem acima das outras duas candidatas, se assim podemos chamar Itália, pela tradição, e Uruguai, pelo bom momento que vive. As demais, já disse, vieram para curtir o calor brasileiro, nos bons sentidos, curtir o passeio e se preparar para as merecidas férias. De mais positivo destaco a liga entre torcida, time e o espontâneo nacionalismo, que fez até jogador cantar o hino. Eles sabiam mas a gente não sabia que eles sabiam. Entenderam ?

Não posso terminar sem deixar o meu protesto contra a intransigência da Fifa mantendo a absurda prorrogação, especialmente a que vimos, única aliás, entre Espanha x Itália. É um crime manter esse tipo de disputa, quando a gente sabe que o jogador não se prepara para disputar 120 minutos. Há muito tempo venho pedindo o fim dessa estúpida decisão mas não posso fazer nada além de reclamar em qualquer espaço que puder usar. Mais nada. Vou fazer um cartaz e levar para a próxima passeata: “BASTA DE PRORROGAÇÃO”.

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