Vou repetir – pela segunda vez – o que escrevi aqui sobre o desfecho do campeonato brasileiro deste ano. Disse e você pode conferir na matéria do dia 21-10, que o Fluminense seria o campeão. Faltavam nove rodadas, eu não tinha nenhuma dúvida que o tricolor chegaria ao quarto título. Teria que perder três jogos (1/3 do que lhe restava) para deixar escapar mais uma estrela dourada na camisa grená, a da sorte.
Esses números, na verdade, não mostram uma superioridade técnica que eles nos sugerem. Não é bem assim. Basta dizer que o time dirigido por Abel Braga, esse merece um espaço especial, foi melhor em tudo. Ganha o título com 22 vitórias contra 19 do Grêmio (não pode ser ultrapassado), 3 derrotas, contra 6 do Atlético, 59 gols, Botafogo e Atlético fizeram 56, Um gol (28×29) a menos sofrido na disputa com o Grêmio, saldo de 31 contra 25 do Atlético. Fred fez 19 gols e Luis Fabiano 16, até agora.
Não há nenhuma restrição ao título conquistado, isso é evidente. O que não tira o mérito do Fluminense. O que se pode questionar – sem tirar o brilho da conquista de forma alguma – é o nível técnico da competição. O título foi ganho pelo melhor time, que tem a base da seleção do campeonato e ponto final. Seu treinador chega ao ápice da carreira, conduzindo a equipe com inteligência (a palavra da moda entre os boleiros, como se fosse nova) e o domínio absoluto do grupo.
O grande adversário do Fluminense em toda a competição, uma prova de resistência, onde o corredor tem que se preparar física, técnica e taticamente, foi o Atlético Mineiro, que não resistiu à arrancada do Flu na reta final e foi atropelado pelo Grêmio que pode tirar-lhe o vice-campeonato. Um campeonato de 38 rodadas exige um planejamento eficiente, bem elaborado. É um trabalho de equipe e a diretoria tricolor soube dar suporte a esse planejamento. É gratificante para quem estuda futebol ver o sucesso de um grupo assim.
Que os outros se preparem para as próximas competições. O Fluminense está bem casado com seu patrocinador e as coisas estão dando certo. Precisa melhorar muita coisa, que não pode ficar abafada pela conquista. Abel poderia ter à sua disposição o melhor lateral esquerdo a Europa, Marcelo e o melhor zagueiro de área em atividade Thiago Silva, “perdidos” a preço de banana, por má gestão enquanto se formavam em Xerém. Com o goleiro que tem, a subida do Gum, que fez um grande campeonato, poderia ter hoje uma das melhores defesas do mundo.
Dois brasileiros em três anos é para comemorar, encher as ruas e os estádios de pó de arroz, tirar sarro nos adversários e se preparar para novas conquistas. O Fluminense ganha corpo e passa e ser reconhecido como um dos três melhores times do Brasil nesta década. Se Flamengo, Vasco e Botafogo não se fortaleceram para disputar o título problema deles. Agora a torcida se prepara para a grande festa e os jogadores exigem a TAÇA para dar a volta olímpica.
