REAL MADRID BATE RECORDE DE FATURAMENTO

O texto abaixo foi publicado na coluna do Jorge Nunes, no jornal “O POVO”, dia desses, a mim encaminhada por um amigo comum. Faz parte de uma discussão que tivemos – no bom sentido – na rádio Tupi, domingo passado. Nada combinado, claro, já que não participo desse tipo de programa. Audiência, no meu conceito, tem que ser pautado numa boa informação, independente, séria. Eu estava preparando um texto para mandar ao “Jorginho”. Ele se adiantou e me deu a chance de usar esse espaço, que é meu, para a resposta devida. Se ele quiser contestar é um direito dele. Ninguém é dono da verdade, mas tem que mostrar argumentos, pelo menos isso.

“MEU amigo – e muito bem informado – Iata Anderson, rubro-negro e irmão do juiz Siro Darlan

– muita gente não sabe – é expert em campeonatos europeus. Um apaixonado pela organização do futebol espanhol, do italiano, do inglês…

MAS, eu, opositor a determinado tipo de informações, quero explicações.

IATA acha que os campeonatos europeus são mais difíceis, com o que de imediato, não concordo.

COMO? BARCELONA e Real há décadas brigam pelo título. Os outros, menores financeiramente, por outras taças e classificações.

Ocorre em Portugal (Porto, Sporting e Benfica), na Itália (Milan, Inter e Juventus), na Inglaterra, com o Manchester United, o City, comprado pelo milionário árabe, e Chelsea, outro emergente com grana exterior. Só na Alemanha a coisa muda de figura, porque o regulamento financeiro é diferente e igual para todos. Por isso, às vezes, um pequeno se pronuncia.

NO BRASIL, doce e caro Iata, os vinte participantes podem chegar.

COMO fez África, o São Caetano, um dia o Guarani, o Atlético do Paraná, e lembrar que no ano passado, o líder Atlético Mineiro beirou o rebaixamento. JÁ VIU o Real, o Barça na briga para não cair?

E VOCÊ, admito, tão bem informado, quer saber: eles, grandes da Espanha, da Itália, de Portugal, e da Inglaterra, sendo pressionados a mudar o rumo dessa prosa financeira.

A BRINCADEIRA só é legal se for para todos”

Jorginho, como você, fui criado ouvindo determinadas coisas, que nunca aceitei. Algum tempo atrás resolvi combater esse tipo de informação, que induzia o ouvinte/leitor ao erro, como você, nesse caso. Briguei contra muitos conceitos e alguns foram mudados. Não me importa se tive participação ou não, basta saber que fiz a minha parte. Em alguns casos, tenho certeza, dei o primeiro passo. Ou quase isso.

“pênalti é loteria”, “o campo alagado prejudica o mais técnico”, “o campeonato brasileiro é o único no mundo onde o lanterna ganha do primeiro colocado”, para não me alongar, e outras baboseiras que preenchem os espaços dos jogos na televisão, uma verdadeira máquina de formar imbecis. Não há a menor preocupação com a qualidade das transmissões, principalmente dos comentaristas, uma lástima.

Só para o amigo ficar sabendo, o campeonato espanhol, iniciado em 1929, teve 9 (nove) campeões, com supremacia de Real Madrid (32 títulos) e Barcelona (21), Atlético de Madrid (9), Athletic Bilbao (8), Valencia (6), Real Sociedad (2), Sevilha, Betis e Deportivo La Coruña (1 cada). Lembrando que foram disputados 81 campeonatos (de 1937 a 1939 não houve disputa por causa da II Guerra Mundial). Nada demais. São as duas maiores potências da Espanha e do mundo. Fazem, por isso, a diferença.

O Campeonato Brasileiro, iniciado em 1971, teve 16 campeões, com destaque para Flamengo e São Paulo (6 títulos), Corinthians, Palmeiras e Vasco (4), Internacional (3), Grêmio e Santos (2). Atlético Mineiro, Guarani, Coritiba, Bahia, Atlético Paranaense, Botafogo e Cruzeiro (1 vez). Há um equilíbrio, nivelamento por baixo, há muitos anos. Faz tempo que no Brasil não é formado um grande time, a nível internacional. A última disputa do mundial de clube foi o que se viu. O Barcelona chutou cachorro morto.

Se alguma dúvida ainda houver, sugiro que façamos um exercício de probabilidades – talvez um bom computador possa dar os resultados – convidando Real Madrid e Barcelona para disputar o campeonato brasileiro por 5 anos. Garanto, sem nenhum medo de errar, que ganharão os cinco, se revezando. Ou, para confirmar, levemos dois times brasileiros para disputar a Liga BBVA. Vão disputar o terceiro lugar, ou mais abaixo. Convém lembrar que, há dois anos seguidos, os três melhores jogadores da Europa – em dois eventos – foram dos gigantes Real e Barça.

Para fechar, meu caro Jorge Nunes, se no Brasil qualquer um dos vinte participantes pode ser campeão, como explicar o Palmeiras, que já caiu uma vez, estar na zona do rebaixamento, e o Flamengo, seis vezes campeão, estar a quatro pontos da zona de queda ? O argumento que o último colocado ganha do primeiro é risível. Devo lembrar que o Barcelona foi derrotado – e lhe custou o título – pelo Levante no Campo Nou e o poderoso Real perdeu para o Getafe, duas rodadas atrás. Interessante, não ?

Amigo e parceiro de ataque nas peladas, vou fechar com o balanço publicado no site oficial do Real Madrid, para que você não repita o que gente mal informada insiste em divulgar. O clube fechou a temporada 2011/2012 com a entrada de 514 milhões de euros, no cambio de hoje R$ 1.284.434.000,00 , 7% superior à temporada passada em 24,2 milhões de euros.

Essa quantia é a maior de qualquer instituição desportiva no mundo e faz do clube merengue o primeiro a superar a barreira dos 500 milhões de euros em qualquer atividade na indústria do esporte. A contribuição dos sócios, tanto por cotas como por abonos (ingressos) para os jogos, representam 9,5 % do total arrecadado.

O lucro líquido subiu para 24,2 milhões de euros e a dívida líquida reduzida em 26,2 milhões de euros. O patrimônio líquido aumentou em 9,6% alcançando 275,2 milhões de euros. A dívida liquida baixou em 26,5, totalizando 124,7 milhões de euros, 45 milhões inferior à temporada passada. O patrimônio líquido aumentou em 9,6% alcançando 275,2 milhões de euros.

São números, meu caro, que não admitem discussão, publicados oficialmente pelo clube mais organizado e poderoso do planeta. Não é um conceito formado por mim, mas através de uma longa história de vitórias e títulos.

No mais, adoro discutir com você. Sem rancores, sem querer impor, cada um, sua opinião. Gosto de mostrar números, comparar. O leitor ou ouvinte, tira suas conclusões. Vale tudo, desde que haja respeito profissional e pessoal. E isso tem acontecido.

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