O JORNALISMO ESPORTIVO PERDE UM ÍCONE

Jorge Martins, nascido em Vassouras, era considerado por seus amigos como uma espécie em extinção. Era uma pessoa que se preocupava demais com a situação de seus amigos. Era ‘um mão aberta’, tinha um ‘coração grande’ como se diz comumente, ajudava a qualquer um que estivesse num momento de aflição, tanto financeira quanto na saúde. Eis um breve relato de sua vida Preocupava-se demais com os amigos.

 

Bacharel em Direito, formado pela Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas do Rio de Janeiro, chegou à Brasília em 1960 onde firmou residência. Um dos pioneiros do Distrito Federal.  Foi integrante de diversos jornais, entre eles Diário Carioca, Diário de Notícias, Jornal de Brasília, e editor de esportes do Diário de Brasília, Última Hora/DF, Correio do Brasil, Correio Braziliense, Revista Gol e repórter da Revista Placar e Jornal dos Sports, além de ter apresentado nas TVs do Distrito Federal programas esportivos na TV Capital ( Câmera 8 ) por 9 anos e, ainda, no “Brasília Urgente” (2 anos).

Nos jornais, Diário de Brasília e Correio do Brasil, também foi editor-geral. Atualmente era integrante da equipe de esportes da Rádio Clube do Brasil (Brasília) e colunista do BSB Agora, Jornal Polícia nas Ruas e Revista Fatos, além de colunista do Jornal Regional através de seu blog.

Num trabalho em conjunto com os amigos e colegas Roberto Cavalcante, Manoel Barroso e Lúcio Leal, foi quem sugeriu ao então governador do Distrito Federal, Elmo Serejo de Farias, o nome do maior ponta direita  do mundo  para o maior estádio da Capital Federal, o “Mané Garrincha”.

Foi vice-presidente da Federação Brasiliense de Futebol, jogador do infanto-juvenil do Botafogo e, em l964, com colegas do extinto Tribunal Federal de Recursos-TFR, fundou o Esporte Clube Carioca, filiado à FMF, no qual também jogou por 3 anos. Fundador e atualmente era vice-presidente da entidade nacional dos Cronistas Esportivos, ABRACE. Era o braço direito do jornalista Jose Jorge, juntamente com “Katuca” nas edições do troféu “Bola de Ouro”, que premia os melhores da imprensa esportiva brasileira.

Jorge Martins nos deixou fisicamente na última terça-feira, dia 29-05, depois de uma intensa luta contra um câncer. Estava no Hospital Brasília desde o início da semana. Além de um excelente profissional da imprensa esportiva, era presidente da ABCD – Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos – sempre batalhando para melhorar as condições de trabalho dos colegas, principalmente das emissoras de menor porte financeiro.

Foi durante muitos anos o anjo da guarda de Nilton Santos, seu amigo e ídolo maior. Esteve sempre presente quando o maior lateral esquerdo de todos tempos precisou de sua ajuda para deixar o gramado, onde trabalhava numa escolinha patrocinada pelo governo do Distrito Federal. Junto com Nilton escrevia uma coluna onde o ex-craque escrevia suas histórias e contava seus feitos. Fortaleceu ainda mais sua paixão pelo Botafogo.

Durante muitos anos representei a ABCD, onde era credenciado, no Rio de Janeiro, escrevendo semanalmente artigos para o seu irreverente “Crocodilo” uma coluna que o mantinha ativo, feliz, em condições de luta contra o terrível mal. Perdeu, meu querido amigo Jorge Martins, mas deixou um legado que poucos hão de igualar, uma imensa lista de admirados, amigos que aprenderam com sua simplicidade o verdadeiro sentido da vida. Você foi unanimidade. Ninguém conseguiu escrever uma linha sem derramar algumas lágrimas. Adeus.

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