NÃO É FALTA DO QUE FAZER

Penso que a CBF poderia se encarregar de coisas mais importantes que fazer unificação de títulos, misturando bananas com jaca, abóbora e melão. O que, convenhamos, não dará uma boa vitamina. Uma jogada infeliz, mesmo se tratando de politicagem, o que ficou bastante claro. No momento em que o presidente Ricardo Teixeira é citado num possível caso de corrupção na Fifa, seria mais oportuno que ele viesse a público se explicar. Mas não, prefere dar uma canetada absurda. E fica tudo bem.

Há quem defenda essa mistura, dando o mesmo peso à Taça Brasil, vencida pelo Bahia, pela primeira vez, enfrentando cinco adversários, em 14 jogos. Nada contra o tricolor de aço. Foi uma conquista memorável, numa final sensacional contra o Santos de Pelé. É apenas um, entre dezenas de casos parecidos. O Torneio – eu disse torneio – Rio-São Paulo começou com os principais times dos dois maiores centros do futebol brasileiro. Tudo bem, foi dado a seus campeões o pódio. Curtiram, festejaram e guardaram a taça de campeão, do Torneio Rio-São Paulo. Ponto final. A história acaba aí.

Dos absurdos que essa atitude provoca, como justificar dois campeões em 1968 ou o Palmeiras ser bicampeão, em 1976. O fato de haver duas competições diferentes mostra o quão inócua se torna essa discussão, muito menos começar a discutir o reconhecimento de ambas. Há muita coisa a ser feita no futebol brasileiro para não se perder tempo com essas bobagens.

Vamos parar com a demagogia barata, fazer média com os torcedores. O campeão da Sul-americana não é a mesma coisa do vencedor da Taça Libertadores. Cada macaco no seu galho. Cada competição tem seu peso, suas dificuldades, seus campeões. O argumento de que capacitava  à disputada do torneio sul-americano é ridículo. Seria como o La Coruña, vencedor da Copa da Europa querer ser comparado ao Real Madrid, dez vezes campeão da Liga dos Campeões. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Um conceito tão estúpido quanto essa turma que está misturando alhos com bugalhos.

A CBF não pode mais ser usada de qualquer maneira, como vem sendo feito há 21 anos. Cadê o Ministério Público, que ganhou status e conceito de coisa séria, e tem sido assim, que não se manifesta ?. O País vai sediar uma Copa do Mundo, uma Copa das Nações e uma Olimpíada e o presidente da entidade maior do futebol está sob suspeita de corrupção. Não é a pessoa física, mas o nome do Brasil que está em jogo. Alguém precisa tomar uma posição.

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