“DOPING” NÃO É DOPING

Mais um episódio rotulado como “doping” ganha contornos dramáticos, envolvendo atletas, amigos e familiares numa mesma batalha, contra o oportunismo e a burocracia. No caso do doping de alguns atletas do Grupo Rede Atletismo, Evelyn Santos, mesmo tendo seu exame resultado NEGATIVO, foi desligada da delegação brasileira no Mundial de Berlim. Para o desligamento, os dirigentes se basearam no depoimento que está no pé dessa matéria.

A CBAt diz que a atleta afirma ter tomado o recombinante EPO, geralmente consumido por atletas de corridas longas e provas de resistência (ciclismo, triatlo, etc).  A Evelyn é velocista, faz 100 e 200m, é a 1ª do ranking nos 200m e 2ª nos 100m. No Mundial ela faria os 200m e o revezamento 4x 100m. A punição preventiva já dura seis meses e irá até o julgamento, dia 1º de março. Corre o risco de ser punida de seis meses a dois anos.

Até quando os dirigentes brasileiros cruzarão os braços ? O que espera o Ministro do Esporte, Orlando Silva, para se manifestar contra essa situação ? O caso da atleta Evelyn  tem todo esse enredo. A mídia trata de mais um “caso de doping”, o que renda boa manchete.

Mas poucos apuram, mergulham fundo, investigam. Você vai conhecer todos os detalhes, agora, começando com um e-mail aflito de um pai responsável, que conhece a filha, atleta como ele, e o esporte.

O drama de um pai

Caros Amigos,

A reportagem retrata as injustiças a que estão sujeitos nossos atletas. Interpretações precipitadas e presunção dos fatos para acusarem aqueles que nada fizeram de ilícito. Fica patente que o atleta está sozinho e, a prova disso são as declarações de diversas autoridades do desporto nacional e de agências anti-dopagem.Em todos os depoimentos eles confirmam a eficiência das análises,principalmente quando os resultados são considerados ADVERSOS (positivos). Só não explicam quando o atleta tem todos os seus resultados considerados NÂO ADVERSOS (negativos) e mesmo assim são considerados culpados e previamente condenados.Será que as agencias só foram feitas para acusar o atleta? O que as agencias fazem em relação aos que são acusados injustamente?  Na verdade o atleta está extremamente só. Alguns órgãos de imprensa, como o “Estadão” deram voz aos injustiçados. Outros se preocupam apenas em retransmitir o que falam os dirigentes. É hipocrisia afirmar que todos os atletas não são sabedores do que ingerem, mas é também hipócrita e cômodo afirmar que todos o sabem. Será que vale a pena ser atleta no Brasil? Será que em outros países o tratamento é o mesmo? Será que é vantajoso defender o país que lhe vira as costas? E os prejuízos e danos a imagem e a vida pessoal dessas pessoas? Amigos, sou totalmente contrário a qualquer tipo de droga dentro e fora do esporte.O esporte deve ser praticado de forma ética, disciplinada e dentro preceitos morais rígidos e justos. Foi assim que o pratiquei e é assim que o concebo.

Abraços.
Nelson Rocha dos Santos

Um modelo de atleta

Nelsinho é conhecido, respeitado e admirado como um dos maiores atletas brasileiros de todos os tempos e como professor. Toda a vida dedicada ao atletismo, luta contra a cartolagem, as leis ultrapassadas e o pouco respeito pelo que as pessoas fazem e representam em nosso país. Exemplo de dedicação, empenho, trabalho e seriedade, nunca teve seu nome envolvido em problemas. Um modelo para quem estava chegando, referência saudável para qualquer desportista.

Carreira exemplar, que começa em 1974, nos Jogos Universitários Brasileiros, realizados em Vitória, quando se destaca nos 100m, 200m e 4x100m. Um ano depois estava defendendo o Brasil no Sul-Americano e na Copa Latina e faz o índice para os Jogos Pan-Americanos do México, orientado pelo lendário treinador Genário Simões, melhorando todas as suas marcas.

Em 1976 transfere-se para a Universidade Gama Filho, agora treinado por Carlos Alberto Lancetta que leva a equipe a ganhar competições e prestígio internacional. A estrutura da UGF leva Nelsinho a resultados que o tornam campeão Estadual, Brasileiro, Sul-Americano e Mundial.

Formando com Oswaldo Lara, Silvio Leonardo e Altevir Araujo a equipe brasileira ganha dos americanos no revezamento 4×100, no Campeonato Mundial realizado em Montreal, em 1979, e Nelsinho entra para o rol do maiores velocistas do mundo. Antes, batera os recordes brasileiros e sul-americanos.

Iniciou a carreira como técnico na Universidade Gama Filho, onde conquistou todos os títulos, em diversas categorias, além de treinar as seleção do Rio de Janeiro e do Brasil. Nelsinho é professor de atletismo do Colégio Estadual Gil Vicente há 28 anos e Diretor Técnico da Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro.

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2 thoughts on ““DOPING” NÃO É DOPING

  1. Sou um psicologo trabalhando para uma equipe que resolve problemas nos relacionamentos., Ajudamos milhares de pessoas a retomarem as suas relacoes em todo o Brasil. Gostei muito desse texto, irei partilhar.

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